A alta nos preços dos produtos agrícolas no atacado (1,07%) impulsionou a taxa maior do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu 0,43% em janeiro, ante alta de 0,26% em dezembro. Segundo informou nesta terça-feira (6) o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, o setor agrícola foi responsável pela aceleração da taxa do Índice de Preços no Atacado (IPA, de 0,11% para 0,32%), que representa o atacado, de maior peso na formação dos IGPs. "A alta do IPA foi causada pelo setor agropecuário, mas principalmente pelos alimentos in natura", afirmou o economista.
Ele comentou que, nessa época do ano, os preços dos alimentos in natura não contam com oferta muito boa, devido a problemas climáticos ou até mesmo pelas características de suas lavouras. Com a diminuição da oferta no mercado interno, os preços desse tipo de produto aumentaram.
Dos cinco produtos que mais influenciaram a inflação do atacado em janeiro, todos eram do setor agrícola. É o caso de laranja (22,47%); mandioca – aipim (24,76%); tomate (61,54%); café torrado e moído (11,70%); e milho em grão (2,61%).
Outro destaque de elevação de preços no atacado, citado pelo economista, foi o fim da deflação nos preços dos bovinos (de -4 64% para 0,17%). "Embora não tenha aparecido entre as cinco maiores influências, foi expressiva a contribuição dos bovinos na aceleração do IPA", afirmou.