O impacto de vários "choques" de preços no atacado levou ao fim da deflação no Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que subiu 0 36% em maio ante queda de 0,65% em abril. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

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Os preços no atacado, que saíram de uma queda de 1,10% para uma alta de 0,36% do indicador de abril para o de maio, representam 60% do total do IGP-10. "Há vários choques no atacado, que estão levando à aceleração de preços. Mas quase todos eles de natureza setorial", afirmou o economista.

Entre os destaques citados por ele está o fim da queda nos preços das matérias-primas brutas (de -4% para 0,22%), na passagem do IGP-10 de abril para o indicador de maio. Isso porque commodities de peso na formação do indicador registram queda menos intensa no período. É o caso da soja, cujo preço registra queda de apenas 0,60% no IGP-10 de maio ante deflação de 6,61% em abril. "Houve um gargalo na comercialização do produto, que teve a oferta prejudicada devido aos protestos de agricultores na região Sul", afirmou.

Outro fator que está puxando para cima os preços no atacado é a aceleração nos preços dos combustíveis e lubrificantes (de 0,10% para 0,24%) de abril para maio, influenciado por elevação dos preços de óleo combustível (0,77%) e querosene para motores (5 91%).

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Além disso, continua a movimentação de alta nos metais, impulsionada pela aceleração de preços nesse setor no mercado internacional, que tem elevado preços importantes dentro do atacado. É o caso de metais não-ferrosos (de 2,42% para 6,60%), como cobre eletrolítico (de 7,43% para 16,13%) e alumínio em lingotes (queda de 2,42% para alta de 6,17%).