O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat, afirmou na tarde desta sexta-feira (1º) que o crescimento das exportações brasileiras em 2006 está sendo sustentado principalmente pelo aumento dos preços internacionais. Segundo ele, de janeiro a julho, houve uma expansão de 11,5% nos preços e de 3,2% no volume exportado na comparação com mesmo período de 2005. "Ainda bem que os preços estão subindo, por isso estamos tendo este desempenho das exportações. Eu reconheço que o crescimento do volume das exportações poderia ser melhor", afirmou durante entrevista.
"Existem problemas nas exportações por causa do câmbio em setores que todos já conhecem, como têxteis, calçados e automóveis, mas outros setores estão com um desempenho pujante, considerando o bom momento do mercado internacional com os preços em alta", avaliou o secretário. Ele acredita que esta é uma fase pela qual o Brasil está passando e que não considera ser uma tendência. "Vamos aguardar porque o volume das exportações voltará a crescer". De 2002 a 2005, segundo ele, houve um aumento de 50,8% no volume das exportações e de 30% nos preços. Meziat argumentou ainda que a base de 2005 era alta e que por isso não se podia esperar que o aumento das exportações continuasse no mesmo ritmo.
Ele também afirmou que o resultado das exportações em agosto, que foram recordes, não será superado em nenhum outro mês este ano. Ele argumentou que, de setembro a dezembro, todos os meses têm menor número de dias úteis do que em agosto. Ele acredita que, em setembro, as exportações devam ficar em torno de US$ 11 bilhões.
O secretário também não acredita que seja uma tendência o crescimento das exportações maior do que as importações como ocorreu em agosto (as vendas aumentaram 20,2% no mês passado em relação a agosto de 2005 e as compras subiram 18,6% na mesma comparação). Ele acredita que em agosto podem ter sido registradas exportações que ainda estavam represadas pela greve da Receita Federal em junho, por isso, segundo o secretário, nos demais meses, a tendência é que as importações voltem a superar o crescimento das exportações.
Revisão da meta
O secretário, contudo, acredita que "possivelmente" a meta de exportações deste ano será revista para cima. Segundo ele, o Ministério do Desenvolvimento está fazendo uma pesquisa junto aos setores empresariais para fazer uma nova avaliação. Mas, por enquanto, segundo Meziat, a meta continua em US$ 132 bilhões. Ele acredita que o saldo comercial ficará em torno de US$ 42 bilhões, embora afirme que este resultado dependerá do comportamento das importações.