Preço elevado

O governo conseguiu mais uma vitória, como ocorreu na Câmara dos Deputados, na batalha pela aprovação da prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, derrotando por 12 votos a 9 o parecer da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A relatora enumerou seis caminhos alternativos para o governo obter os R$ 40 bilhões que perderia com a eliminação da cobrança do imposto do cheque, mas o relatório foi minado pela resistência sistemática dos ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo.

O voto em separado do senador Romero Jucá (PMDB-RR) teve o mesmo número de votos a favor e contra, garantindo ao líder do governo no Senado a atribuição de relatar a matéria em plenário.

A substituição de senadores independentes na CCJ, Pedro Simon (PMDB-RS) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), rendeu ao governo dois preciosos votos pela aprovação. Na votação em plenário, na avaliação dos analistas políticos, enxovalhados do ponto de vista moral e ético, ambos os senadores certamente votarão contra a CPMF, engrossando o rol dos descontentes na própria base governamental.

Um desses é o senador Jefferson Peres (PDT-AM), líder do partido na Casa, que se absteve de votar na CCJ e assegurou votar contra a medida em plenário, se até lá o governo não apresentar mecanismos suficientes para cortar gastos correntes. O argumento de Peres é conclusivo: ?Que o Estado continue corrupto e ineficiente não há como impedir, mas perdulário temos como evitar que continue?.

O governo pode ganhar, mas vai pagar um preço elevado.

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