O preço dos derivados de petróleo, que incluem gasolina, diesel e outros, subiu em média 21% no mercado brasileiro em 2006, segundo divulgou nesta terça-feira (13) a Petrobras. Ainda assim, o valor ficou abaixo do praticado no mercado norte-americano. De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, no Brasil o preço médio por barril de derivados no ano passado foi de US$ 70 92, contra US$ 75,50 nos Estados Unidos. Além de gasolina e diesel, os derivados contam ainda com querosene de aviação, nafta, óleo combustível e gás liquefeito de petróleo. Em 2005, o valor médio do barril no mercado doméstico era de US$ 58,58 em 2005.
O diretor afirmou que o aumento do preço, unido a um crescimento de 3% na produção média nacional, foram as principais contribuições para que a Petrobras atingisse em 2006 um lucro recorde.
"No longo prazo, o preço que praticamos proporcionou à Petrobras o maior crescimento de lucro entre várias companhias multinacionais que já divulgaram o seu balanço (Chevron, ConocoPhilips, Exxon, Shell e BP), num porcentual de 22,3% sobre o ano de 2005, ante uma média de 11,2% das demais. Por isso insistimos que fazer comparação no momento em que o preço cai ou sobe é inadequado. A política de preços da Petrobras é e vai ser no longo prazo", disse o diretor em entrevista coletiva à imprensa, na sede da estatal, para a divulgação dos resultados financeiros da companhia em 2006.
2007
Barbassa fez projeções otimistas para 2007. Segundo ele, um fator positivo já poderá ser sentido no primeiro trimestre em reflexo da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
"No último trimestre de 2006 estávamos com estoques adquiridos no terceiro trimestre, quando os preços estavam altos. Carregamos o ônus de preços elevados e não conseguimos vender pelo mesmo valor", avaliou. Além disso, o diretor lembrou que os resultados do quarto trimestre foram também impactados por diversos fatores, entre eles o dissídio da categoria, que puxou para baixo os resultados da companhia.
Outro ponto importante a ser destacado para 2007, disse Barbassa é a entrada em produção de seis novas unidades: Manati (campo de gás na Bahia que começou a operar na semana passada), Piranema (que produzirá óleo leve na bacia de Sergipe e Alagoas) P-52 e P-54, ambas na bacia de Campos, FPSO Capixaba e Cidade do Rio de Janeiro, que entraram em operação no campo de Golfinho. No total, estas seis unidades vão produzir 600 mil barris por dia.
"É claro que não temos como considerar que a Petrobras vai aumentar a produção total nessa mesma proporção, porque temos que considerar a redução de alguns campos, que é de 120 mil barris diários por ano, além de eventuais problemas que venhamos a enfrentar com a capacidade produtiva das unidades. Mas estamos certos de cumprir a meta de produção para 2007, que é atingir uma média de 1,91 milhão de barris por dia", disse Barbassa.
No ano passado, lembrou o diretor, a meta foi afetada pelo atraso na entrada em produção da plataforma P-34 e também porque "a P-50 e o FPSO Capixaba não corresponderam às expectativas ao iniciarem a produção". Esses fatores, segundo Barbassa, foram prejudiciais e impediram a estatal de elevar seu volume de exportações em 2006. Apesar disso, destacou, a companhia fechou o ano com superávit de 93 mil barris por dia exportados. No quarto trimestre houve o recorde de 668 mil barris exportados diariamente. A expectativa é de que, com o crescimento da produção em 2007, o volume exportado aumente em mais cerca de 60 mil barris, disse o diretor.
Além disso, destacou Barbassa, a produção da Petrobras no exterior tende a crescer, com a entrada em operação do campo de Cottonwood, no golfo americano, anunciada na semana passada. Além disso, a estatal também prevê aumento de produção na África e ainda o processamento de carga durante o ano todo na refinaria de Pasadena (EUA), adquirida em setembro do ano passado. "Esses fatores devem contribuir positivamente para melhorar os negócios da Petrobras no exterior", disse.