Rio – A segunda prévia de dezembro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), índice usado para reajustar aluguéis, teve deflação de 0,06%, ante aumento de 0,25% em igual período em novembro, graças à queda nos preços dos combustíveis no atacado (-2,57%). Com o resultado, anunciado hoje (20) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentaram as chances de o indicador fechar o mês com taxa reduzida, abaixo de 0,3%. Caso essa possibilidade se confirme, isso levaria o IGP-M de 2005 a fechar o ano com a menor taxa anual de sua história, iniciada em 1989.
Até a segunda prévia de dezembro – cujo período de coleta de preços foi do dia 21 de novembro a 10 de dezembro – o IGP-M acumula alta de 1,16% no ano. Ao falar sobre a possibilidade de o IGP-M encerrar o ano em seu menor nível histórico, o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, lembrou que, atualmente, a menor taxa da história do indicador é a de 1998 (1,78%). Com a perspectiva cada vez maior de o indicador de dezembro mostrar inflação baixa, é grande a possibilidade de o indicador de 2005 fechar abaixo do resultado de 1998.
"Dezembro deve ter uma taxa reduzida sim (no IGP-M). A não ser que ocorra algo inesperado, coisa que eu não acredito", disse o economista. O mais provável, de acordo com o técnico, é que os preços dos combustíveis continuem a cair ao longo de dezembro. Na segunda prévia de dezembro, os preços no atacado caíram 0,30% devido principalmente à deflação nos preços dos combustíveis – sendo que, em igual período em novembro, os preços no atacado subiram 0,20%. Outro fator que beneficiou a queda de preços no atacado foi a deflação nos produtos agrícolas (-0,03%), influenciada pelas taxas negativas nos preços de aves (-5,90%) e leite in natura (-2,69%).
A queda nos preços do atacado conteve o impacto, na inflação medida pelo IGP-M, da aceleração de preços no varejo, que subiram 0,40% na segunda prévia de dezembro, ante aumento de 0 38% na segunda prévia de novembro.
Quadros explicou que houve elevações mais intensas nos preços de alimentação (de 0,64% para 0,83%) e educação, leitura e recreação (de -0,09% para 0,35%). "Mas a maior parte dessas acelerações é provocada por itens cujo comportamento de preços é volátil e passageiro", disse, explicando que esse cenário não constituirá tendência de elevação de preços para o consumidor.
Já os preços na Construção Civil subiram 0,40% na segunda prévia de dezembro, ante alta de 0,38% em igual prévia em novembro.
