Preço de eletrônicos se beneficia do dólar fraco

Estudo divulgado nesta segunda-feira (26) pelo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Márcio Nakane, apontou que os preços ao consumidor dos produtos eletroeletrônicos foram os mais influenciados pelo comportamento positivo do real em relação ao dólar, depois que a moeda brasileira se recuperou da forte desvalorização verificada em 2002. O levantamento tomou como base os 525 itens pesquisados pela Fipe para a composição do índice de inflação da instituição na capital paulista entre maio de 2003 e janeiro de 2007.

Por meio do estudo, Nakane chegou a um grupo de 100 itens que tiveram queda no preço no período, quando o IPC-Fipe acumulou, entretanto, variação positiva de 17,9%. Desta centena de produtos, os cinco primeiros pertencem ao grupo de eletroeletrônicos, em que Nakane reuniu equipamentos de informática e periféricos, entre outros.

O aparelho de celular liderou o ranking, com uma queda acumulada de 79,94%. Na seqüência, apareceram na lista o videocassete, com recuo de 53,12%, a impressora, com -41,91%, o microcomputador, com baixa de 38,10%, e o televisor, com -38,03%. Em seguida, na sétima colocação foi mencionado o recuo de 35,07% no preço da máquina fotográfica e o declínio de 34,74% em aparelho de som.

Nakane fez ainda uma tabela de correlação entre a queda dos preços dos produtos e a baixa do dólar no mesmo período. O preço da impressora, por exemplo, apresentou correlação de 94,63% entre maio de 2003 e janeiro de 2007. A correlação do microcomputador foi de 93,56% e a do aparelho de som foi de 93 25%. "Isto significa que os preços destes produtos tiveram uma queda muito semelhante ao comportamento do dólar no período. É o grau de associação entre o preço do microcomputador, por exemplo e o câmbio", explicou o economista.

Em ambas as tabelas, foi verificada a presença de diversos itens que não sofrem diretamente influência do câmbio, como o chester, que ocupou a sexta colocação entre os 100 itens (-36,12%); o feijão, em décimo, com -32,62%; o grão-de-bico, em 55º, com -9%; e até pertences de feijoada, em 39º, com recuo de 14,68%.

Para Nakane, entretanto, a correlação, principalmente dos eletroeletrônicos com o câmbio, é uma indicação de que o enfraquecimento da moeda norte-americana traz benefícios para o consumidor. "Há várias coisas que determinam o valor de um produto, mas, no mínimo, deve existir alguma coisa relacionada ao câmbio", opinou o economista.

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