Rio – Pressionada pela alta nos preços das commodities, a primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de maio subiu 0,21% após dois meses em deflação. A prévia do indicador – usado para reajustar aluguel e energia elétrica -, veio bem acima da primeira prévia de abril (-0,43%) e superou o teto das estimativas do mercado financeiro, que esperava um resultado até 0,15%.

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Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou hoje (12) a prévia, houve "disparada" de preços no atacado, no varejo, na construção civil. Com o resultado da prévia, que vai do dia 21 a 30 de abril, o IGP-M fechado de maio deve encerrar o mês em alta resultado bem diferente da queda registrada em abril (-0,42%). "Mas isso não quer dizer que vai ter uma ‘disparada’ de preços. Apenas que o período de deflação nos IGPs acabou", explicou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros

Até a primeira prévia de maio, o IGP-M acumula elevação de 0,48% no ano, mas registra queda de 0,49% em 12 meses. Essa deflação é a que será usada no cálculo de reajuste dos preços controlados. Além de aluguel e energia elétrica, o IGP-M também é usado para reajustar as mensalidades de TV por assinatura.

Ao detalhar o cenário da inflação na primeira prévia de maio, Quadros explicou que os preços do atacado – de maior peso na formação do indicador -, subiram 0,17% na prévia anunciada hoje, ante queda de 0,69% apurada na primeira prévia do IGP-M de abril Entre os destaques, estão as elevações de preços em soja (0 98%) e milho (5,45%). "O milho, sozinho, respondeu por praticamente um terço da aceleração dos preços do atacado", afirmou o economista.

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Mas outras commodities também puxaram para cima a inflação no atacado. É o caso dos produtos siderúrgicos. Os preços de ferro, aço e derivados no atacado subiram 0,59% na prévia de maio, ante queda de 1,61% em igual prévia em abril. No caso do aço, os preços estão sendo puxados para cima devido à crescente demanda no mercado internacional, impulsionados pelo forte procura da China. "Os preços do aço só não estão ‘disparando’ porque a oferta está conseguindo acompanhar a demanda", afirmou.

No varejo, os preços ao consumidor subiram 0,22% na prévia de maio, ante alta de 0,03% em igual prévia em abril, devido à perda de força na deflação dos alimentos (de -0,83% para -0,13%) O preço do tomate contribuiu para esse cenário, e subiu 8,59% na prévia anunciada hoje, ante queda 0,18% na prévia anterior. Já os preços na construção civil passaram de alta de 0,14% para aumento de 0,45%, da prévia de abril para a prévia de maio. De acordo com Quadros, o movimento de alta no preço dos produtos siderúrgicos, e de metais em geral, tem elevado o custo dos materiais do setor.

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