O comportamento favorável dos preços das carnes comandou a desaceleração na taxa do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0,24% na quadrissemana encerrada em 30 de novembro, ante aumento de 0,31% no indicador anterior. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Segundo ele, todos os principais tipos de carnes apresentaram quedas ou desacelerações de preços, na passagem do IPC-S de até 22 de novembro para o índice de até 30 de novembro.
Braz explicou que, das sete classes de despesa que compõem o IPC-S, o grupo Alimentação foi o que teve maior contribuição para a formação da taxa mais baixa do indicador. Porém, dos 21 itens alimentícios pesquisados, 11 estão com os preços em aceleração. Mas influência do comportamento das carnes, de grande peso na formação da inflação no setor, foi mais forte e levou à taxa menor do IPC-S – bem como à desaceleração nos preços do grupo Alimentação (de 1,06% para 0,78%).
Isso porque está ocorrendo, atualmente, o período de safra (corte) no setor de carne bovina, o que eleva a oferta do produto e derruba os preços no mercado interno. "Além disso, o comportamento dos preços das carnes bovinas acabou por influenciar carnes substitutas, como as de frango e porco", acrescentou, explicando que a alta de preços em carne bovina passou de 3,45% para 1,67%. "Dos 20 cortes de carne bovina pesquisados pela FGV, 19 estão com os preços em desaceleração", detalhou. "Apenas o preço da maminha acelerou (de 3,68% para 4 63%)", disse.
Entre os destaques de desaceleração de preços no setor de carne bovina, estão as de carne moída (de 4,28% para 0,98%); alcatra (de 1,33% para 0,39%); contra-filé (de 2,46% para 1,13%) e patinho (de 4,39% para 2,91%). Esse cenário conduziu às desacelerações de preços em aves e ovos (de 4,12% para 2,17%) e carne suína (de 1,81% para 1,26%).