Após quatro semanas de estabilidade dos preços da gasolina na ponta ao consumidor em São Paulo, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Paulo Picchetti, detectou uma elevação de 1,2% na última semana do mês passado nas bombas de gasolina. "A gasolina apresentou uma alta que até certo ponto é pequena, mas que mostra aceleração depois de um período considerável de estabilidade", comparou o economista.
Em julho, o preço da gasolina subiu 0,34%, e, em 12 meses até o mês passado, a elevação chega a 13,77%. O coordenador destacou o comportamento deste item porque ele tem grande peso no IPC. Tanto que a pequena alta de julho de 0,34% representou um impacto de 0,01 ponto percentual no IPC do período.
A elevação do preço deste combustível foi atribuída por Picchetti à mistura do álcool que o produto recebe. Em junho, o álcool subiu 4,58%, representando um impacto de 0,02 ponto percentual. Em 12 meses até o mês passado, as elevações acumulam um percentual de 30,17%.
Picchetti salientou, no entanto, que, na ponta ao consumidor, já é verificada uma desaceleração: o preço do álcool passou de 7,5% na terceira semana do mês passado, para 7,1% na última semana de julho.
Inflação de agosto
A inflação de agosto deverá ser de 0,20% na capital paulista, previu Picchetti. A variação é idêntica à previsão feita para o mês de julho, que acabou encerrando em 0,21%. De acordo com Picchetti, mais uma vez, os grupos Alimentação e Transportes devem puxar o índice para cima, com contribuições de 0,12 ponto porcentual e 0,08 ponto, respectivamente.
Alta de 2,5% no ano
Picchetti manteve sua projeção de que a inflação na capital paulista encerrará o ano com alta de 2,5%. No mercado financeiro grande parte dos bancos prevê percentuais inferiores. "Mesmo que não haja nada no momento que comprometa o desempenho favorável para a inflação, mantenho a minha projeção que só deve ser alterada com um possível aumento do preço da gasolina ou do dólar", considerou Picchetti.