São Paulo (AE) – O preço da cesta básica subiu nas 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em novembro. O aumento generalizado em todas as cidades foi verificado pela primeira vez desde maio, segundo divulgação feita hoje (1) por meio de nota do Dieese à imprensa. As maiores elevações ocorreram em Belo Horizonte (9,32%), Vitória (8,28%) e Salvador (8,20%). Já os menores aumentos foram apurados em Fortaleza (0 30%) e Belém (2,40%).
No acumulado do ano até novembro, apenas em Goiânia o custo da cesta básica registra uma variação negativa, de -2,67%. Os maiores aumentos acumulados ocorreram em Recife (14,88%), Belo Horizonte (13,13%), Florianópolis (11,36%) e Curitiba (10 70%). Em Belém, a alta, neste ano é de 0,18%.
Na comparação com novembro do ano passado, também só Goiânia registra variação negativa (-1,68%). Em Belém, a alta é de 0,45% e os maiores aumentos verificaram-se em Recife (16,18%) Vitória (11,47%), Florianópolis (11,34%) e Belo Horizonte (10 44%).
São Paulo voltou a ser a cidade que apresentou o maior custo para a compra da cesta básica: R$ 184,67. Em Porto Alegre, a cesta custou R$ 178,59 e, no Rio de Janeiro, R$ 176,31. Os menores valores foram apurados em Fortaleza (R$ 130,31) e Salvador (R$ 134,59).
Em relação a São Paulo, o preço dos gêneros alimentícios essenciais registrou alta pelo segundo mês consecutivo, com o aumento de 5,66%, quase R$ 10,00 a mais do que o apurado em outubro (R$ 174,77). "Dessa forma, São Paulo voltou a apresentar o maior valor para os produtos básicos, em relação às 16 localidades onde a Pesquisa Nacional da Cesta Básica é realizada", disseram os técnicos do Dieese.
De janeiro a novembro, o aumento ficou em 7,24% na capital paulista e, em 12 meses, em 7,96%. Os aumentos apurados no preço da batata (51%) e do tomate (36,60%) foram determinantes para o comportamento verificado em novembro, pois mesmo outros quatro itens que subiram tiveram elevações bem mais comportadas: a banana nanica teve alta de 4,40%; o açúcar refinado, de 3,25%; a carne bovina de primeira, de 2,02%; e a manteiga, 0,17%.
Salário mínimo
O valor ideal do salário mínimo em novembro era de R$ 1.551,41. O cálculo foi feito pelo Dieese levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para manutenção de uma família. Esse valor é equivalente a 5,17 vezes o piso vigente e também mais elevado do que o apurado em outubro, de R$ 1.468,24 e 4,89 vezes o salário mínimo em vigor, na ocasião. Em novembro de 2004, quando o salário mínimo era de R$ 260,00, a manutenção de uma família requeria um valor 5,54 vezes maior, de R$ 1.439 68.
O Dieese informou que o trabalhador que recebe salário mínimo precisou cumprir, em novembro, na média das 16 capitais, uma jornada de 115 horas e 3 minutos para comprar os alimentos essenciais. Este tempo é exatamente 6 horas superior ao que foi exigido em outubro (109 horas e 3 minutos), mas inferior ao que era preciso em novembro de 2004 (123 horas e 51 minutos).
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