São Paulo – Os moradores de 14 capitais começaram o ano pagando mais caro pela cesta básica. A inflação do mês de janeiro do conjunto dos alimentos essenciais foi registrada em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisa os preços em 16 capitais do país.
As maiores elevações foram apuradas em Vitória (6,84%), João Pessoa (3,97%), Recife (3,77%), Aracaju (3,73%) e Rio de Janeiro (3,02%). As duas retrações ocorreram em Fortaleza (-3,57%) e Natal (-2,14%).
Apesar de registrar o menor aumento (0,07%) entre as capitais onde a cesta básica teve alta, Porto Alegre registrou o maior custo para os bens essenciais, R$ 186,36. O custo da cesta em São Paulo foi de R$ 184,72. O menor valor foi verificado em Fortaleza, de R$ 128,18, localidade que registrou a queda mais expressiva.
Com base no valor apurado para os itens essenciais em Porto Alegre, a pesquisa do Dieese estima que o salário mínimo necessário em janeiro deveria ser de R$ 1.565,61, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria ser suficiente para cobrir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O salário mínimo estimado para dezembro foi de R$ 1.564,52, equivalente a 4,47 vezes o mínimo vigente.
O Dieese indica ainda que, com a alta em janeiro do custo dos alimentos essenciais na maior parte das capitais, aumentou o tempo de trabalho necessário para a aquisição dos produtos básicos. Se em dezembro quem ganha salário mínimo precisava cumprir uma jornada de 98 horas e 12 minutos, em janeiro foram necessárias 99 horas e 58 minutos para realizar a mesma compra. Em janeiro de 2006, eram necessárias 112 horas e 05 minutos.
Ao considerar o salário mínimo atual líquido (após a dedução da parcela referente à Previdência Social), a pesquisa mostra que em janeiro foram comprometidos 49,21% do salário mínimo com a cesta. Em dezembro, a mesma compra exigia 48,33% do salário e em janeiro de 2006, 55,17%.