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A manifestação do secretário-chefe da Casa Civil, deputado Caíto Quintana, no esforço de contestar as informações oficiosas sobre provável reforma do secretariado, não destoa do dever de ofício confiado ao responsável pela coordenação político-administrativa de qualquer governo.

A Casa Civil, até por suas atribuições institucionais, deve funcionar como centro nervoso do aparelho de Estado e, como tal, agir com a presteza devida, enquadrando cada um dos múltiplos problemas da gestão na moldura conveniente da emotividade política e repercussão externa, enfim, na tentativa nem sempre realizável de evitar o desgaste do administrador induzido, por circunstâncias várias, a optar por substituições no quadro de auxiliares diretos.

Mesmo ressalvando a expedita declaração do chefe da Casa Civil sobre a reforma do secretariado, a seu ver, desnecessária no momento e, por isso, não figurando entre as preocupações imediatas do governador Roberto Requião, o prejuízo será maior na medida da insistência em estender sobre o assunto o manto do reducionismo.

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Não é demais insistir, entretanto, que a substituição de auxiliares diretos na gestão pública já não constitui novidade, aliás, devendo ser exigida dos governantes para a correção de rumos e realimentação da máquina, não raro, prejudicada em seu desempenho pela leniência, inaptidão ou desvio de funções de muitos de seus operadores.

Compreende-se, repetimos, o esforço do deputado Caíto Quintana ao minimizar os rumores crescentes sobre a necessidade de substituir secretários e diretores de empresas estaduais. É uma de suas funções explícitas, talvez a mais desgastante.

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Por outro lado, seria atitude irresponsável simplesmente varrer para debaixo do tapete os indícios claros da atuação inconsistente de certas áreas do governo, algumas sem a menor visibilidade pública, sem projetos de relevo para o conjunto da administração, enfim, sem justificar perante a sociedade sua razão de ser.

O administrador com visão de futuro e compromisso social, nem sempre, por mais amigo de seus amigos, poderá agir com o coração. Administrar requer, em muitas ocasiões, precisão cirúrgica, cortes seguros, decisões instantâneas.