Desde que o Estado vizinho, Santa Catarina, recebeu o aval do Ministério do Meio Ambiente criando um grupo de trabalho para estudar a preservação das matas de araucária – em fevereiro deste ano -, Paraná e Rio Grande do Sul lutam para conseguir portarias semelhantes.
No caso do Paraná, o pedido foi feito em junho último, mas até agora o governo federal não se manifestou. ?A diferença é que Santa Catarina se antecipou, e como já contava com um diagnóstico das áreas de araucária, foi mais fácil?, justifica Marcílio Caron Neto, coordenador geral do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente para o Sul do País.. ?Mas não houve privilégios. Paraná e Rio Grande do Sul também estão no mesmo caminho e em estágio bem avançado.?
No Paraná, segundo levantamento realizado por um grupo de estudos, existem 25 áreas prioritárias para conservação da espécie. A maioria está concentrada na região centro-sul. O coordenador de projetos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, engenheiro agrônomo Paulo Roberto Castella, é um dos defensores da criação de unidades federais de conservação de araucária. ?No Estado, não há nenhuma unidade de conservação de proteção integral da espécie. Além disso, existem praticamente dois parques com araucárias: em Bituruna e União da Vitória. Há uma carência gritante de preservação.?
A estimativa é que apenas 0,8% da mata de araucárias permaneça em bom estágio de conservação. ?O Estado está sofrendo perda de paisagem não só natural, mas cultural. O Paraná está associado à imagem de florestas de araucárias?, diz. Dos 11,590 milhões de hectares cobertos pela espécie, restaram apenas 66 mil hectares. (Leia mais na edição de amanhã do jornal O Estado do Paraná)