PR dribla problema da aftosa, faz leilão e vende embrião por R$ 426 mil

Um embrião da vaca nelore Betina da fazenda Palmas, de Goiás (GO), foi arrematado por R$ 426 mil no leilão promovido pela Agropecuária Albatroz, de Cambé, norte do Paraná. O leilão foi na noite de sexta-feira e, para driblar a proibição imposta pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento por causa da suspeita de febre aftosa no Estado, nenhum animal foi exposto no recinto: apenas suas imagens em vídeo foram transmitidas em vários telões.

Trinta embriões de matrizes pertencentes a seis produtores de vários Estados foram ofertados e todos foram arrematados, totalizando cerca de R$ 3 milhões. Mais de 500 pessoas compareceram ao leilão. "O pecuarista deu uma demonstração de solidariedade comparecendo em peso ao leilão e comprando todos os lotes oferecidos", comentou o organizador, Oswaldo Pitol. Pitol especializou-se em animais de alta linhagem na raça Nelore e recentemente promoveu um leilão a bordo de um transatlântico de luxo. "Não era possível trazer os animais de outros Estados, por isso optamos por apresentá-los em telões", explicou.

O trânsito de animais está proibido no Paraná e em outros Estados, como São Paulo, onde há suspeita de aftosa. Também está proibida a realização de leilões e feiras agropecuárias no Paraná desde o dia 21, quando foi comunicada a existência de 19 animais com suspeita de aftosa no Estado.

A realização da Expovel, em Cascavel, uma das maiores exposições do País e prevista para novembro, está ameaçada. Mais de 600 animais, a maioria bovinos, estão retidos no parque de exposições de Toledo desde o dia 12 e não há previsão de quando serão liberados. Ou se serão abatidos, apesar de não estarem apresentando sintomas da doença, já que tiveram contato com animais procedentes do Mato Grosso do Sul, onde foram constatados focos de aftosa. Alguns dos animais retidos em Toledo, pertencentes a um produtor de São Paulo, estão avaliados em R$ 2 milhões.

A Secretaria de Agricultura não sabe informar quando sairão os laudos definitivos sobre a existência ou não da doença no Estado. Os exames estão sendo feitos pelo laboratório do Ministério da Agricultura em Belém (PA) e, em duas baterias de análise do material coletado, não se constatou a presença do vírus da aftosa.

A Sociedade Rural do Paraná, com sede em Londrina, informou no final da semana que os animais suspeitos, distribuídos em quatro propriedades, não desenvolveram os sintomas da doença. Esses animais foram comercializados no início do mês durante a Eurozebu e vieram de uma fazenda de Eldorado (MS), onde foi constato o primeiro foco da aftosa no País.

Relatórios de visitas da Secretaria de Agricultura e de veterinários comprovam que os animais estão sadios, segundo o presidente da Sociedade Rural, Edson Ruiz Neme. O secretário de Agricultura, Orlando Pessuti, disse que somente irá se pronunciar após receber o laudo do Ministério da Agricultura.

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