O Brasil, que já respondeu por mais de 90% da produção de borracha mundial, na década de 50, poderá, no prazo de 15 anos, reduzir em cerca de 50% a importação do produto, hoje em torno de 60% ao ano do total consumido no país.
A avaliação foi feita esta semana, no Rio de Janeiro, à Agência Brasil pela pesquisadora da Embrapa Solos Ciríaca Santana do Carmo, coordenadora do projeto nacional "Desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais com Seringueira Visando a Sustentabilidade Socioeconômica da Propriedade Rural, que será liderado pela empresa a partir do próximo ano.
Ciríaca do Carmo explica que o programa da Embrapa dedicado ao plantio da seringueira foi desativado na Amazônia a partir do surgimento da doença (fungo) que ataca as folhas da planta e da impossibilidade do monocultivo na região. A pressão da sociedade e a expectativa de escassez de borracha natural no mundo a partir de 2008/2010 levaram a Embrapa a retomar as pesquisas para essa cultura.
Ciríaca Santana do Carmo lembra que as dificuldades de expansão das áreas cultivadas nos países produtores tradicionais (Malásia, Indonésia e Tailândia), ao contrário do que ocorre no Brasil, foi outro fator que impulsionou o retorno das pesquisas sobre a seringueira no país. O Brasil é o único país que ainda tem como ampliar as fronteiras para o cultivo, diz a pesquisadora, acrescentando que "além de tudo, ainda é o habitat natural da espécie".
