Brasília – A cerimônia de posse para o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva será bem menor que a primeira. Em 2003, foram montados quatro palcos para a festa que contou com 70 mil brasileiros. Desta vez, será apenas um e são esperadas de 30 a 40 mil pessoas.

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As personalidades também estarão em menor número, ao contrário da primeira posse que contou até mesmo com a presença do presidente de Cuba, Fidel Castro, avesso às cerimônias públicas internacionais por motivos de segurança pessoal. No caso brasileiro, a posse também coincide com o aniversário da revolução cubana, quando tradicionalmente Fidel Castro está em Cuba, mas veio ao Brasil em 2003. Há quatro anos, também, o secretário comercial do governo norte-americano, embaixador Robert Zoellick, foi enviado pelo presidente dos Estados Unidos, George Bush, para representá-lo na solenidade.

Em 2003, eram cinco horas da tarde quando Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto. Mais que o formal aperto de mãos, um abraço apertado. O ex-presidente Fernando Henrique confessaria depois que não conseguiu segurar a emoção. Do lado de dentro, quebra de protocolo. Senhores de paletó e gravata se espremiam nas janelas para ver de perto a troca da faixa.

No discurso de posse, Lula prometeu que uma das prioridades seria o combate à corrupção. "Temos que derrotar a impunidade para não permitir que a corrupção e a sonegação privem a população dos meios de sua luta pela sobrevivência", disse. A costureira Zuleide Alves foi um dos 70 mil brasileiros que acompanharam a posse. Saiu da cidade de Tupaciguara, no interior de Minas Gerais. Em sintonia com o discurso, a costureira desejou "que ele (o presidente) mude a cabeça dos governantes para não pegar a nossa grana e mostrar serviço".

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A segurança no local contou com seis mil homens e 70 viaturas da Polícia Militar, 1,5 mil bombeiros, 200 policiais civis e 100 homens do Departamento de Trânsito. Havia quatro pontos de atendimento médico e 23 de distribuição gratuita de água. No palco, cantaram Zezé de Camargo e Luciano, Neguinho da Beija-Flor e o então futuro ministro da Cultura Gilberto Gil. Em três palcos menores, apresentações de grupos folclóricos.

O PT divulgou que cerca de mil ônibus de caravanas vieram de todo o país para aquela ocasião. O paulistano acompanhou na Avenida Paulista a transmissão da posse por meio de oito telões e dois painéis eletrônicos. O cineasta Nelson Pereira dos Santos documentou a posse para fazer um filme sobre a trajetória de vida de Lula.

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Turistas de todo o país encheram os hotéis de Brasília. Um grupo de Alagoas dividiu o espaço de uma pousada. "O que dificulta é que não tem banheiro individual, mas vale a pena", disse na ocasião Lílian Moreira, uma das viajantes. O irmão mais velho, Pedro Moreira, pedalou 2,7 mil quilômetros durante um mês. "O dinheiro só dava para a diária do hotel. Aí peguei uma bicicleta emprestada". Era tanta gente que o Partido dos Trabalhadores (PT) abriu a central Tele Posse com informações sobre hospedagens disponíveis. A ligação era gratuita.

Outro turista foi o estudante de Recife Bernado Jurema que à época resumiu o sentimento de todo o país. "Vou participar de um marco na história do Brasil. Acredito no novo governo e que ele vai trabalhar para realizar mudanças sociais".