A posição do presidente que será eleito no domingo (27) será preponderante nas decisões que o presidente Fernando Henrique Cardoso tomará até 31 de dezembro, desde que não seja totalmente contrária aos princípios da equipe atual.
A opinião do novo chefe do Executivo federal e do grupo dele será considerada relevante, especialmente nas questões cujos efeitos ultrapassem o mandato, como é o caso da primeira revisão do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), prevista para novembro. Isso significa, na prática, que o presidente eleito é que dará a última palavra sobre um provável aumento da meta de superávit primário.
?Não faremos nada sem o aval do presidente eleito, pois careceria de legitimidade. A opinião relevante será a da equipe do presidente eleito?, afirmou hoje o chefe da Casa Civil, Pedro Parente, no Planalto, ao se referir à possibilidade de o FMI exigir do governo brasileiro o aumento desta meta para contrapor o crescimento da dívida pública. ?A discussão das mudanças de metas para 2003, se ela de fato for pedida pelo FMI, necessariamente, passará pelo novo governo?, assegurou, ao anunciar como será o processo de transição governamental, que se inicia na próxima semana.
Para facilitar as negociações com o futuro governo na área econômica, Fernando Henrique acolheu, a princípio, a sugestão do ministro da Fazenda, Pedro Malan, de que o interlocutor do Ministério da Fazenda no gabinete de transição fosse o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Maciel responderia até mesmo pelos assuntos relacionados ao Banco Central (BC). Mas, no fim da tarde, o Palácio do Planalto informou que o presidente do BC, Armínio Fraga, será o outro interlocutor da área econômica. Os demais coordenadores de áreas do atual governo serão indicados até terça-feira (29).