A Assessoria de Comunicação dos Portos de Paranaguá e Antonina realizou na tarde da última sexta-feira (26) um seminário sobre os portos paranaenses dirigido a jornalistas de todas as editorias.
O encontro teve a duração de um dia e incluiu palestras técnicas, visita ao cais do Porto de Paranaguá e uma conversa com o superintendente Eduardo Requião.
Pela manhã a imprensa participou de três palestras: Daniel Lúcio Oliveira de Souza – Chefe do Departamento de Planejamento da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) destacou que o porto está com superávit de 230 milhões de reais desde a posse do atual governo. Segundo ele nos focos gerenciais foram feitos: resgate dos portos, recuperação financeira, combate às atuações ilícitas e implantado o ISO 9000 e a norma internacional ISPS CODE.
Crescimento
Foto/Nancyara Lima |
Chefe de Operações Portuárias da Appa, Cláuber Candian. |
O Chefe de Operações Portuárias da APPA, Cláuber Candian contou que houve um crescimento no número de conteiners de 17% no ano de 2006 sendo que o mundo cresce 15%. Houve uma melhora significativa da logística do porto, pois foram feitos investimentos altos em pavimentações de alto tráfego e infra-estrutura para os caminhoneiros (banheiros e vestiários)?, contou Candian.
Ruy Zibetti
Foto/Nancyara Lima |
Diretor Empresarial da Appa, Ruy Zibetti. |
O Diretor Empresarial da APPA ressaltou que foram construídas quatro entradas para a triagem (antes eram duas), o que acabou com a prostituição e o tráfico de entorpecentes no pátio de espera dos caminhões.
A comitiva almoçou com o superintendente Eduardo Requião e participou de uma coletiva de imprensa, onde vários assuntos relacionados aos portos foram debatidos.
Criado há 50 anos o Porto ?Barão de Teffé? foi o quarto terminal portuário construído no Brasil, acompanhou fases importantes da história do desenvolvimento do país, sendo importante canal de entrada e saída de produtos. Hoje é o 11º porto em arrecadação de divisas e ocupa a 14º colocação em movimentação de mercadorias. Opera com excelência com barcaças e possui capacidade para receber navios modernos de menor porte, como os ?Box Shapped? (multipropósito – tipos de navios que possuem capacidade nos seus porões para carregar qualquer tipo de carga).
Em relação ao contorno da costa brasileira, a localização dos Portos do Paraná é privilegiada, pois coloca de forma estratégica, permitindo distâncias mínimas de acesso a grandes centros produtores. A abrangência dos terminais paranaenses é de mais de 800 quilômetros quadrados. Tal localização caracteriza-se por se constituir em um abrigo natural para as embarcações, em face de tranqüilidade das águas da baía, o que torna o porto excelente sob o ponto de vista de segurança.
O superintendente Eduardo Requião destacou que a lei 8.630 (25/02/1993) – a Lei dos Portos como é conhecida – precisa ser rapidamente reformulada e que isso já está em trâmite no senado. ?A cidade de Paranaguá será num futuro bem próximo um grande pólo de logística. Para isso precisamos qualificar nossos profissionais, como a maioria dos portos do mundo fazem?, disse o superintendente.
Eduardo Requião destacou ainda que o governo estadual quer mostrar ao Brasil e ao mundo que a administração pública funciona, ou seja, privatizar o porto seria um erro muito grave.
Vale ressaltar que o governo anterior havia previsto uma movimentação máxima de 30 milhões de toneladas para o ano de 2010. No entanto em 2006 ele já atingiu 33 milhões de toneladas de carga sem investimento nenhum do governo nesse sentido.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) fechou 2006 com movimentação recorde de álcool e açúcar. Foram 2,4 milhões de toneladas de açúcar à granel exportadas pela Appa em 2006 ? um crescimento de 43,32% em relação a 2005. Considerando a movimentação de álcool, os números são ainda mais representativos. No ano passado, a Appa exportou 491,3 mil toneladas de etanol, contra 313,9 mil toneladas em 2005 ? um aumento de 56,5%.
Para 2007, a expectativa é de que estes números aumentem ainda mais. De acordo com números divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2006/2007 está estimada em 475,7 milhões de toneladas, ou seja, 10% superior à safra passada. Segundo a Conab, este crescimento se deve à expansão de 5,5% na área plantada e um crescimento médio de 3,5% na produtividade. Do total de cana produzida no Brasil, 50,9% destina-se à produção de açúcar, 38,6% à produção de álcool e os 10,5% restantes para outros derivados.
?A APPA está tentando em conjunto com o governo estadual e o consulado do Japão, que as impurezas do álcool sejam diminuídas, a pedido do próprio governo japonês. O porto já tem silos (armazéns de carga) com tanques gigantes de álcool para esse fim?, disse Eduardo Requião.
Há uma negociação bastante avançada entre a administração dos portos paranaenses e o governo da República Dominicana para se ter ?feeder´s? (portos secundário, alimentadores) para filtrar o álcool que começará a ser exportado para os Estados Unidos.
Outro recorde do porto de Paranaguá é o embarque e o desembarque de veículos, são 250 por hora, o melhor do país. ?A Fiat de Minas Gerais por exemplo vai enviar seus veículos por aqui, devido a viabilidade e versatilidade técnica, os nossos baixos preços e a boa infra-estrutura do porto?, contou Cláuber Candian – Chefe de Operações Portuárias da APPA.
Questionado se a visita foi para ?agradar? a imprensa, o superintendente Eduardo Requião disse que o convite será estendido aos prefeitos, vereadores e deputados estaduais, pois o intuito é que todos saibam da atual realidade dos portos. ?O portos tem pavimentação externa, e balanças em todos os portões. Estamos implantando um certificado que será o primeiro no Brasil, onde todas as mercadorias sairão do Paraná certificadas e seguradas. Esse selo já está presente no mundo inteiro, sendo uma tendência mundial?, justificou Eduardo Requião.
A grande novidade ficou por conta do Porto de Pontal do Paraná. Em março o governo estadual vai liberar verbas para que seja feito o projeto. Ele será construído porque os outros portos do Mercosul possuem baixa profundidade marítima, sendo que o canal de Pontal do Paraná possui uma profundidade superior a qualquer país desse eixo. Conseqüentemente, todos os países do Mercosul descarregarão navios gigantes em Pontal, para depois terem suas cargas carregadas por navios menores para todos os outros portos. Seria um grande ponto de distribuição.