Portos do Paraná preparam-se para escoamento da nova safra de grãos

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) está se preparando para embarcar a nova safra de grãos do estado, cujo escoamento se aproxima. Desde a iluminação na área do porto até o embarque nos navios, através dos guindastes (ship-loaders), tudo está sendo refeito, potencializado ou reformado.

Para evitar gargalos no escoamento das safras de soja e milho, as administrações do porto e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) assinaram um protocolo de intenções, para que os armazéns do órgão federal, no município de Ponta Grossa, sejam utilizados pelos agricultores. Lá será feita a análise do produto transportado por caminhões e trens. Quando a capacidade de armazenagem na área do porto estiver saturada, os produtos ficarão armazenados para posterior transporte ao Corredor de Exportação.

As filas que já estão se formando nos últimos dias na BR-277 são de caminhões que estão transportando a soja da safra passada. Cerca de 1,10 milhão de toneladas do produto estavam estocados aguardando melhores preços no mercado internacional e estão sendo comercializados agora.

Filas de 40 quilômetros estavam se formando dentro do pátio de triagem do porto, o que obrigou a superintendência a fazer valer a portaria que só autoriza a entrada de cargas já vendidas e com navios nomeados. Segundo o superintendente Eduardo Requião, as filas se formam porque os caminhões são usados como silos.

A cada ano, a chamada entressafra está mais curta, fazendo com que o ritmo das operações aumente. No ano de 2002, a movimentação pelo maior porto graneleiro da América Latina foi de 28,51 milhões de toneladas. Em 2003, foram embarcadas 33,55 milhões de toneladas e, em 2004, apesar da quebra de 16% nas exportações de soja, no terminal paranaense, a movimentação foi apenas 3% menor, ficando em 32,57 milhões de toneladas.

O Paraná, segundo o Departamento de Economia da Secretaria da Agricultura, exporta de 45% a 50% do que produz e toda a movimentação é feita pelo porto de Paranaguá. No caso da soja, o produto sai do campo e é entregue às cooperativas ou cerealistas. Das cooperativas segue para as indústrias ou é transportada por rodovias (70%), ou ferrovias, que são responsáveis pelo escoamento de 30%.

O Paraná, maior produtor de grãos do país, esperava repetir neste ano os números de 2003, quando colheu uma safra recorde de 30,4 milhões de toneladas, mas, em função das condições climáticas, a produção deverá ficar em torno de 25,5 milhões de toneladas. 

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