O superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, destacou ontem que pelo segundo ano consecutivo, o principal terminal portuário paranaense está com 100% de ocupação no seu cais comercial quando, historicamente, este era um período da chamada entressafra.
?Nas próximas horas, mais 12 navios estão programados para atracar. Isto é um milagre ou eficiência??, questionou Eduardo Requião ao comentar o novo pedido de intervenção federal da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) ao Ministério de Transportes. ?Indiscutivelmente, nenhum outro porto brasileiro possui, no momento, condições de competir com nossa logística, preços e produtividade?, disse.
?Temos a baía mais calma, o porto mais eficiente e com isso temos, também, a certeza que sofrem os nossos opositores e, principalmente, aqueles que buscam a privatização total do maior complexo para embarque de granéis sólidos da América Latina?.
Eduardo Requião enfatiza que a eficiência do porto público está aí para ser observada e comprovada por qualquer cidadão. ?A defesa do porto público, com investimentos, adoção de medidas de logística, entre outros, deu o resultado que se esperava. As cargas sazonais, ou aquelas que marcam ciclos, têm hoje, substituições compatíveis em grau de importância e volume como, por exemplo, o corredor da madeira e o de congelados?.
Ele ressaltou também o crescimento constante da receita cambial. ?É a confirmação indiscutível da eficiência do modelo de gestão portuária adotado pela atual administração?. O superintendente lembrou ainda que, com os acordos operacionais já firmados com a Venezuela e o Caribe, os portos paranaenses continuarão crescendo nos próximos anos. Nos próximos, o Porto de Paranaguá receberá as primeiras cargas de uréia, procedentes dos portos venezuelanos.
?O Porto de Paranaguá desafia os privatistas para discutir logística e eficiência. Somos os melhores porque somos um porto público. A Lei 8.630 ? que mascara a privatização com a palavra ?modernização? – precisa ser rediscutida. A Antaq não pode ser a gestora de novos negócios da iniciativa privada. Precisamos de intervenção sim, mas nos interesses externos e daqueles que, de forma inconseqüente, comprometem não a autoridade portuária, mas toda a economia do estado e, conseqüentemente, do país?.
O superintendente afirmou que a política do Governo do Estado defende o interesse público e não se curva aos interesses de grupos transnacionais e de interesses pequenos. ?O Estado subordinado aos interesses privados é um estado sem proposta, sem ideologia, covarde e incapaz de defender os interesses de nossa nação. A subserviência não nos permitirá crescer. Nosso país precisa avançar, desenvolver e isso não significa vendê-lo a preço vil, como desejam aqueles que pelo Brasil não têm respeito?.