O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, anunciou hoje no Palácio Iguaçu que determinou a suspensão das exportações de toda soja estocada nos silos e armazéns públicos e privados do Porto de Paranaguá. A medida foi adotada como reação a uma denúncia de que há soja “batizada” ou misturada no Corredor de Exportação.
“A suspensão deve vigorar por quatro ou cinco dias até que toda soja estocada nos silos do porto seja examinada pela Claspar, Secretaria da Agricultura e Abastecimento e pelos próprios técnicos do porto”, avisou Eduardo Requião. A medida foi anunciada durante a solenidade em que o governador Roberto Requião sancionou a lei que proíbe os transgênicos no Paraná.
Segundo Eduardo Requião, atualmente há cerca 62 mil toneladas de soja estocadas no porto. O produto está distribuído no silão público e em outros quatro terminais privados. “Esperamos a compreensão do exportadores, mas a paralisação é necessária para que possamos garantir a averiguação de toda soja estocada no porto, o que vai demandar alguns dias”, explicou
O superintendente do porto informou ainda que uma ampla fiscalização será iniciada nesta terça-feira (28). Eduardo Requião anunciou também que assinou uma ordem de serviço que obriga, a partir de agora, a apresentação da certificação de qualidade para a liberação de embarque de soja pelo porto.
As certificações são liberadas Claspar. Além disso, o próprio porto já iniciou inspeções nos armazéns e silos interligados ao Corredor de Exportação, para atestar a inexistência de produtos geneticamente modificados. “Não vamos permitir o embarque de soja transgênica”, ressalta Eduardo Requião. “Quem não cumprir o que determinou o governo do Estado será responsabilizado.”
Conforme determina a Ordem de Serviço, se constatada qualquer irregularidade na soja movimentada pelos complexos público e privado, a soja deverá ser retirada dos silos e armazéns onde estiver depositada. A pena prevista para quem descumprir a medida poderá variar entre a interdição da instalação e a suspensão das operações do responsável.
O Corredor de Exportação é um complexo composto por um silo vertical (o chamado Silão) e outros quatro silos horizontais com capacidade estática de armazenagem de 160 mil toneladas. Deste total, 100 mil toneladas correspondem ao potencial de armazenagem do Silão, que hoje trabalha com 2 linhas de descarga preparadas para o embarque de três mil toneladas/hora.
“Vamos fechar este ano com novo recorde de movimentação, com um aumento considerável na exportação de soja não transgênica. Não podemos agora comprometer o porto e as exportações paranaenses com a liberação dos transgênicos”, afirma o superintendente, ao lembrar que países como a China já se comprometeram a comprar a soja paranaense por não ser geneticamente modificada.