O resultado do trabalho da atual administração dos portos paranaenses pode ser mensurado em números: de acordo com levantamento realizado pela diretoria empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), os dois portos tiveram uma participação de mais de US$ 4,1 bilhões no primeiro semestre de 2004 na receita cambial brasileira contra pouco mais de US$ 3 bilhões no mesmo período de 2003.
“Apesar de toda a propaganda negativa que muitas pessoas fizeram contra os portos paranaenses, não paramos de crescer e melhorar os nossos serviços. Para esse ano, esperamos um aumento de 30% na receita cambial gerado pelos Portos de Paranaguá e Antonina”, declarou Eduardo Requião, superintendente da Appa. Segundo ele, os portos paranaenses são os principais geradores de empregos diretos de Paranaguá e Antonina.
Além do aumento da participação na receita cambial brasileira, o leque de produtos movimentados pelo Porto de Paranaguá também aumentou. Segundo João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar, somente as cooperativas paranaenses exportam 26 produtos para 59 países. “Em 2003 as nossas cooperativas exportaram US$ 800 milhões e, nesse ano, chegaremos a US$ 1 bilhão”, afirmou. Queijos e álcool para o Japão, café para a Alemanha e frango para países europeus são alguns destaques citados por Koslovski.
No entanto, a soja e seus derivados continuam liderando as exportações. Segundo dados da Appa, mais de 177 mil toneladas de soja já estão nos silos para serem embarcadas. Outras 207 mil toneladas de farelo e 88,5 mil toneladas de milho também estão nos armazéns para serem exportadas. Dos 426 caminhões que estavam na manhã desta sexta-feira (13) no pátio de triagem, 130 descarregarão nos terminais o equivalente a 9,2 mil toneladas de soja. Desde a noite de quinta-feira (12), os vagões da América Latina Logística (ALL) voltaram a movimentar suas cargas e deverão também incrementar as estatísticas para os embarques de soja.
Além disso, dos 18 navios atracados no cais comercial do Porto de Paranaguá nesta sexta-feira (13), dois estavam recebendo mais de 121 mil toneladas de soja, que serão enviadas para a Índia e a Tailândia. Ao largo, na baía de acesso ao Porto, permanecem 25 navios aguardando para atracar, entre eles, três para carregamento de 148 mil toneladas do produto. Nas próximas 48 horas, outros dois navios estão programados para chegar ao porto para embarque de 69 mil toneladas do grão.
Investimentos
Dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná mostram que o Estado já exporta 2.700 itens para 175 países. “O Paraná tem demonstrado ser um Estado dinâmico e na busca por novos mercados e nisso o Porto de Paranaguá tem papel fundamental”, destacou Rodrigo Rocha Loures, presidente da Fiep. O dirigente ressaltou a necessidade de investimentos em modernização para que o Porto continue apresentando índices positivos.
Segundo Rocha Loures, a Fiep e os industriais paranaenses estão agindo nesse sentido. “Estamos trabalhando com a bancada paranaense no Congresso Nacional para que o Governo Federal volte a aplicar recursos na melhoria do terminal”, afirmou. O Porto de Paranaguá está se preparando também para escoar a safra de algodão dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do couro e madeira.
Eduardo Requião destacou ainda que o melhor desempenho das exportações é resultado do cumprimento dos contratos firmados para agosto e dos preços praticados no mercado externo. “Além disso, os produtores estão desovando seus estoques no interior para serem completados com as safras de milho e trigo que serão colhidos a partir deste mês e, mais tarde, exportados”, explicou.
