O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, denunciou nesta segunda-feira que a América Latina Logística (ALL) está cedendo ilegalmente parte de um terreno que a autarquia está adquirindo junto à Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
A área, de cerca de 300 mil m², faz parte do rol de bens pertencentes à Rede, que se encontra em processo de liquidação, e representa uma negociação de R$ 9 milhões.
Segundo levantamento feito pela área técnica do porto, no terreno em negociação está sendo construído um armazém de cerca de 16 mil m². "A cessão da área foi feita pela ALL, que não tem direitos sobre o local, e a construção não possui licença da prefeitura para ser erguida", revelou Eduardo Requião.
Em contato com a direção do porto, representantes da ALL assumiram que a obra trata-se de um "descuido interno". "Em nenhum momento pensaram em retirar ou impedir a obra. Se sabem que é irregular porque mantiveram a irregularidade?", questiona o superintendente. "Já comunicamos ao superintendente do escritório regional da Rede, Ruy Alberto Zibetti, esta situação vergonhosa que deverá ser apurada pelo Ministério Público".
O armazém, já em processo acelerado de construção, encontra-se numa área pública, que está sendo alvo de negociações entre a Appa, com a autorização do Governo do Estado, e a RFFSA desde março do ano passado. Para a compra do terreno, o porto vai investir R$ 9 milhões.
O local foi considerado pelo superintendente como a última área nobre em Paranaguá para ser disponibilizada ao Porto pela Rede Ferroviária. O local está situado no chamado Km-5 da ferrovia e será usado preliminarmente como um estacionamento para caminhões auxiliar ao Pátio de Triagem já existente.
Para disponibilizar melhor infra-estrutura da área, o porto investirá outros R$ 2 milhões. "O propósito fim é armazenagem e estruturas que atendam aos interesses da operação portuária. Até que tenhamos possibilidade de iniciar esse processo, a área será utilizada como pátio provisório", explica Eduardo Requião.
O superintendente acrescenta: "Vamos usar este espaço emergencialmente para facilitar o fluxo e o tráfego de caminhões e, em seguida, disponibilizaremos para construção de estruturas de armazenagem e de outras que forem necessárias".
