O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, recebeu representantes da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). O objetivo da visita foi conhecer a estrutura portuária e as obras de concretagem que estão sendo feitas nas vias de acesso ao Porto de Paranaguá.
A pavimentação, feita com recursos da Appa, facilitou o trânsito de veículos e deu maior agilidade ao fluxo de caminhões que trafegam diariamente em direção ao terminal portuário. ?Viemos conhecer este porto que tem uma grande visibilidade e é um excelente exemplo para levarmos ao Porto de Itaqui. Estamos aqui para aprender?, disse Ricardo Fecury Zenni, presidente do Porto de Itaqui.
O superintendente da Appa, Eduardo Requião, apresentou as medidas adotadas em sua administração, assim como o modelo político em vigor no Estado. ?Nossa intenção é mostrar um modelo de administração portuária que respeita a lei de modernização portuária, mas que se baseia no interesse público?.
Eduardo Requião disse também que defende participação limitada da iniciativa privada que, neste contexto, agregaria valor à medida das necessidades. ?Nós estamos tentando desenvolver esta postura no porto, mas temos encontrado resistência de órgãos federais, como o Denit e a Antaq. Quanto mais avançamos, mais somos criticados?, disse o dirigente portuário.
O posicionamento adotado pelo governo Roberto Requião em proibir as exportações de soja transgênica pelo Porto de Paranaguá teve o apoio dos representantes do Porto de Itaqui. Para o engenheiro consultor do Porto de Itaqui, Bento Moreira Lima Neto, ?a medida é justa e certa porque mantém firmes mercados cativos que podem ser perdidos caso o porto mude sua postura contrária aos organismos geneticamente modificados?.
As dificuldades existentes no Porto de Itaqui também foram apresentadas no encontro em Paranaguá. Assim como no Paraná, os maranhenses buscam a melhoria de sua infra-estrutura sem poder contar com os órgãos federais, que defendem intervenção porque somos contrários aos transgênicos. Queremos que a União explique o faz pelos portos do Brasil, quais planos tem para alavancar a estrutura portuária e aumentar a atividade marítima?, declarou o superintende.
Eduardo Requião defendeu a unidade portuária como um dos meios de pressão para se conseguir melhorias para os terminais portuários brasileiros, ?porque não somos concorrentes e, sim, complementamos o perfil econômico de cada um. Assim como já defendi a união dos portos latino-americanos, volto a essa questão em busca da unidade dos portos brasileiros?.
?Acredito que, reunidos num grupo coeso ? formado por profissionais capacitados ? podemos pensar uma política portuária a partir dos interesses dos Estados e num plano nacional para preparar os portos para manterem-se na linha de frente do desenvolvimento?, destacou o superintendente da Appa?.
Porto de Itaqui
O Porto de Itaqui integra um complexo formado por três terminais: Itaqui, Alumar e Vale do Rio Doce. São 10 berços que movimentam principalmente derivados de petróleo, minérios de ferro e de manganês, pellets, soja e alumínio.
O complexo portuário possui o maior ?ship-loader? do mundo, com capacidade para 17 mil toneladas/hora e outros dois carregados com capacidade para 8 mil toneladas/hora.
Este potencial de carregamento possibilita ao porto embarcar 365 mil toneladas de minério de ferro num único navio em 36 horas de atividades. O projeto da Emap é criar mais berços para movimentação de derivados de petróleo, carga geral e produtos siderúrgicos.