O projeto de revitalização do Porto Público de Antonina ?Barão de Teffé?, realizado pela atual gestão portuária, está em pleno desenvolvimento e é resultado de investimentos de R$ 20 milhões em ações de melhorias, entre elas o reforço da infra-estrutura portuária e a confirmação de novos negócios com clientes internacionais.
Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), suas características operacionais estão baseadas no conceito ?feeder port? (porto alimentador), reconhecido mundialmente e que se encaixa com as referências naturais da cidade.
?O perfil operacional do Porto de Antonina faz dele o terminal que integrará Pontal do Paraná, reunindo o modal marítimo paranaense através da sua atividade?, informa o superintendente da Appa, Eduardo Requião.
Criado há 50 anos, o Porto ?Barão de Teffé? foi o quarto terminal portuário construído no Brasil e acompanhou fases importantes da história do desenvolvimento do país, sendo importante canal de entrada e saída de produtos de todo Paraná e de outros Estados.
Hoje é o 11º porto brasileiro em arrecadação de divisas e ocupa a 14ª colocação em movimentação de mercadorias. Opera com excelência com barcaças e possui capacidade para receber navios modernos de menor porte, como os ?Box Shapped?.
Segundo Juarez Moraes e Silva, diretor do Terminal Portuário da Ponta do Félix, um dos mais modernos terminais para movimentação de cargas frigorificadas da América Latina, as barcaças utilizadas nas operações de produtos têm apresentado bom desempenho.
?O terminal frigorificado ultrapassou a movimentação de 1 milhão de toneladas em 2004 e gera mais de mil empregos diretos. Utilizamos o sistema de barcaças no terminal público e, mesmo diante disso, o terminal se mostra eficiente, sem contar ainda com a falta de investimentos do governo federal?, destaca Moraes e Silva.
Os projetos executados no Porto de Antonina, segundo o diretor Leopoldino de Abreu Neto, buscam incentivar o incremento das operações portuárias e a geração de emprego e renda. Entre as principais iniciativas, relata, estão o incentivo à importação de granéis sólidos e à exportação de produtos do setor da Carga Geral.
?Já estamos na fase de estudos para implantação de indústrias de transformação ecológicas, que não poluem, e alfandegadas, que possuem incentivos para sua instalação e produção?, informa Abreu Neto.
Obras
Depois de passar 10 anos praticamente desativado, o Porto de Antonina voltou a ser viável e eficiente a partir da decisão do superintendente da Appa, Eduardo Requião, de transformar o terminar num empreendimento gerador de empregos e renda para a população.
O resultado foi imediato: em 2003 e 2004, mais 1 milhão de toneladas foram movimentadas, contra pouco mais de 658 mil toneladas em 2002. Para isso, foram tomadas providências como a ampliação e o reforço estrutural do cais comercial para 180 metros e adotada medidas para o aprofundamento do calado para 7,20 metros.
Também estão previstas outras melhorias, como obras de infra-estrutura na área primária, com a implantação de pátios de manobra, num total de 32 mil m², revitalização da sede administrativa do Porto de Antonina, instalação de balanças rodoviárias e ferroviárias e reforma dos armazéns existentes.
O coordenador do Plano de Expansão do Porto de Antonina, Paulo Moacyr Wilhelm Rocha, informa que a integração existente entre a atividade portuária e a cidade não se resume à atividade portuária. ?A integração inclui também a recuperação das vias de acesso e implementação de ciclovia e calçadas interligando os municípios de Morretes e Antonina, além da recuperação do centenário Colégio Brasílio Machado para sediar cursos técnicos ligados à atividade portuária?.
O aspecto ambiental, segundo Juarez Moraes e Silva, diretor do Terminal Portuário da Ponta do Félix, também merece atenção. ?A Ponta do Félix é uma referência mundial quanto ao meio ambiente, pois está numa área de preservação e mantém toda a área verde em sua volta sem degradação. Além disso, ainda temos a oferecer um importante sistema que mostra que a baía de Antonina, para dragagem, não está gravemente poluída,? declara.
Para ele, a produtividade em Antonina é muito melhor do que no Porto de Itajaí (SC), onde os navios que movimentam o mesmo tipo de mercadoria estão aguardando de 5 a 6 dias, enquanto o período de permanência no terminal paranaense gira em torno de 2 a 3 dias.
Entre os planos traçados pela Appa para Antonina estão ainda a licitação de áreas alfandegadas para operação portuária e a instalação do Distrito Industrial Alfandegado. Os dois projetos estão em fase inicial de estudos e buscam garantir o fluxo ininterrupto de cargas e receitas para o porto. Assim que os estudos estiverem concluídos, as obras têm um prazo de 14 meses para conclusão.