Porto Alegre, 1º (AE) – Todas as pesquisas indicam e todos os concorrentes acreditam que o primeiro turno da eleição para a prefeitura de Porto Alegre, neste domingo (3), define apenas o nome do segundo participante do segundo turno. O primeiro, com classificação tida como certa, é Raul Pont (PT-PTN-PMN-PL-PSL-PCB-PC do B), com 42,1% das intenções de voto conforme o último levantamento do Correio do Povo, divulgado hoje (1). Entre os oito candidatos ao posto de desafiante o favorito é José Fogaça (PPS-PTB), com 25,0%. Onyx Lorenzoni (PFL-PSDB), que largou em sétimo, pulou para o terceiro lugar, com 10,5%, e acredita que ainda pode mudar o resultado.

Também estão na parada Vieira da Cunha (PDT-PAN), com 7 9%; Mendes Ribeiro Filho (PMDB-PHS-PSDC-Prona), com 6,7%; Jair Soares (PP-PV), com 4,3%; Beto Albuquerque (PSB-PSC), com 2,4%; Vera Guasso (PSTU), com 0,8%; e Guilherme Giordano (PCO), com 0 3%. A pesquisa ouviu 1,5 mil eleitores entre os dias 28 a 30 de setembro, tem estimativa de erro máximo de 2,4 pontos porcentuais e foi registrada no cartório eleitoral da 161ª zona sob o número 124/04/161.

As emoções de uma campanha que ainda não chegou a empolgar o eleitorado prometem ficar para o segundo turno, quando, à exceção de Albuquerque, Vera Guasso e Giordano, todos os candidatos tendem a se alinhar numa frente que vai tentar convencer os porto-alegrenses a negarem mais um mandato, que seria o quinto consecutivo, do PT na cidade onde mais conseguiu firmar raízes.

O discurso tende a mudar. No primeiro turno os candidatos de oposição alternaram ataques à administração petista com algumas promessas de melhorias no atendimento à saúde, transporte público, habitação e segurança e de ampliação da participação popular na escolha de obras para a cidade. No segundo tendem a dar um caráter de plebiscito à disputa e já falam abertamento no assunto. “O PT não pode prometer fazer em quatro anos as coisas que deixou de fazer em 16 (anos)”, ressalta Jair Soares. “Vai ocorrer uma união natural em torno de quem enfrentar o PT”, prevê Vieira da Cunha. “Se não for eu, apóio quem se classificar”, promete.

Fogaça, pela posição que tem nas pesquisas, já lança elogios aos concorrentes do primeiro turno, citando-os como candidatos muito qualificados e experientes. O candidato do PPS acredita que vai para o segundo turno, mas diz que as negociações para a aliança só começam na segunda-feira. “Temos de respeitar os outros partidos”, explica.

Apesar do provável crescimento da oposição na rodada decisiva, Pont prevê para sua aliança um limite mais alto do que imaginam os adversários. Ele conta com o PSB, o PSTU e bases do PDT. “Há gente do movimento popular que agora (primeiro turno) está com outros candidatos e que já prometeu estar conosco no segundo turno”, ressalta.

O sociólogo e cientista político Flávio Silveira acredita que o segundo turno terá uma campanha mais quente que a do primeiro, quando os candidatos consideraram importante não se desgastar com brigas e não entraram nas questões nacionais. A tendência de manter o debate local vai permanecer porque somente Lorenzoni e Vieira da Cunha não são de partidos que têm algum vínculo com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na avaliação de Silveira, Porto Alegre tem dois grupos distintos de eleitores cada um com faixas de 15% a 20% do total. Um vota sempre no PT. O outro vota sempre contra. Quem decide, no entanto, são os 60% a 70% restantes, que podem oscilar e que são os votos mais garimpados por todos os concorrentes.

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