Portas arrombadas

O presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, reconheceu e deixou claro que é preciso exercer um controle draconiano sobre os gastos partidários, sobretudo, diante da dívida consolidada de R$ 40 milhões.

Esse passivo que amedronta mesmo o administrador mais perdulário, foi espetado na tesouraria petista pela visão incauta e ignorância negocial do ex-tesoureiro Delúbio Soares -expulso do partido – que agiu em comandita com o publicitário Marcos Valério de Souza, na obtenção dos empréstimos para cobrir despesas de campanhas e aliciar parlamentares.

Frente a essa conclusão, assumem a pecha de estultos os defensores da tese que os dirigentes do partido, por um longo período, estiveram privados da capacidade de ver e ouvir, ou sequer intuir os graves delitos perpetrados no íntimo do comando petista.

Berzoini, além de colocar trancas nas portas arrombadas do ponto de vista ético e moral, vai encarar a duríssima obrigação de saldar as dívidas e fazer o partido retornar à conduta inicialmente prescrita pelos fundadores. Algo bastante estranho e reprovável será o uso de verbas do Fundo Partidário correspondentes à agremiação, para honrar compromissos originados em flagrante distorção de princípios institucionais e históricos.

O novo presidente do PT anunciou a disposição de renegociar com os credores formas exeqüíveis de resgatar as dívidas, embora saiba quão onerosa será a viabilização dos recursos financeiros. Essa é mais uma das inúmeras incógnitas que o petismo propõe para o plano imediato da política, além da enorme dúvida quanto a seu futuro eleitoral.

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