O tema deste ano da Campanha da Fraternidade foi: “Água, fonte de vida”, alertando a população da falta de água que já ocorre não só no Brasil como no resto do mundo. Também , no dia 5 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Aproveito a oportunidade para falar destes dois assuntos importantíssimos que significam a vida na Terra.
Muito preocupados cientistas, ambientalistas e economistas, há anos vêm falando e insistindo, pois o perigo é real. Também as Nações Unidas através do seu órgão (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) tem advertido constantemente de maneira severa por intermédio de relatórios e congressos. Não foi sem motivo que ela declarou 2003 o ano da “Água Doce.” Em 2002 realizou-se a Conferência de Quioto, no Japão, para estudar como combater a poluição. Os Estados Unidos, os maiores poluidores do mundo, a boicotaram por puro interesse econômico, e por isso não conseguiram tomar uma decisão concreta.
Estudos científicos chegaram à conclusão de que dentro de 30 anos estarão extintas muitas espécies de mamíferos e aves. Menos aves, mais insetos que prejudicarão a produtividade agrícola e aumentará o número de doenças. Está previsto também que num futuro não muito distante teremos uma escassez dramática de água no nosso Planeta, e a vida, principalmente a humana, se tornará impossível.
O equilíbrio do Ecossistema depende dos seres vivos, árvores, vegetações, mares, rios e de tudo o que existe no Globo Terrestre, e entre todos esses elementos. Isso ocorre quando um ser vivo devora o outro, ou pela iniciativa do ser humano quando necessária, guiada pelo bom senso. A cobra e o gato prestam um inestimável benefício à humanidade ao eliminarem o rato, evitando assim a doença transmitida por ele e o prejuízo que causa como roedor. Por sua vez, a seriema e o gavião comem a cobra, não permitindo que se prolifere em excesso. O tatu fura o chão e o buraco oxigena a terra e a umedece com a água retida. A minhoca também oxigena o solo com suas pequenas perfurações que faz no seu interior, além de produzir um excelente adubo. O urubu ao se alimentar da carne em decomposição, está evitando a disseminação de doenças e a poluição do ar. Vi emas salvando um mandiocal ao consumirem os mandruvás ali existentes. As andorinhas representam uma grande ajuda no custeio da lavoura “inseticida”, e na sua salvação ao se alimentarem de enorme quantidade de várias espécies de insetos. Tudo concorre naturalmente para o equilíbrio ecológico.
No Brasil, enfrentamos problemas com o desmatamento, as queimadas irracionais e criminosas, a caça e a pesca predatórias, a poluição dos rios, lagos, do ar, e com o derramamento de óleo, petróleo e vários outros poluentes no mar, causando desastres devastadores. O Rio São Francisco necessita de cuidados imediatos. O governo terá que gastar milhões de reais para recuperá-lo. Temos muitos rios brasileiros que eram riquíssimos na produção de peixes e hoje já os não produz mais, ou no máximo, conseguimos alguns para o nosso consolo. A maioria dos outros está caminhando para o mesmo fim. Fiz uma visita no sítio no Sul de Minas Gerais onde nasci e fui criado, simplesmente fiquei chocado! O córrego que passava ali possuía um grande volume de água e muitos lambaris.
Agora está seco! E pensar que por descuido ou pela ação irresponsável do próprio homem, ficamos sem mais uma fonte desse tão precioso e já escasso líquido. O homem faz de conta que não ouve e não vê as palestras e as campanhas educativas divulgadas pela TV, pelas revistas, pelos jornais e pelo rádio. É com profunda tristeza que vejo que ele continua destruindo e matando o nosso hábitat sem dó, sem piedade e sem escrúpulo, levado pela ganância de ganhar muito dinheiro rápido. Devasta matas, vegetações até a beira dos rios, lagos, córregos e nascentes. Seca brejos, várzeas e nascentes que abastecem córregos, rios e lagos, abreviando assim a sua morte. Não deixa sequer uma árvore para protegê-los, o que causa desmoronamentos nos barrancos, com as suas trágicas conseqüências. Para ganhar espaço planta até a beira do rio, córrego, lago e nascente.
Constantemente estamos vendo e ouvindo reportagens na TV sobre o tráfico, comércio e aprisionamento de aves, pássaros e animais. Alguns são encontrados já mortos e outros morrendo. São engaiolados ou enjaulados de maneira totalmente inadequada, sem lhes oferecer as mínimas condições para a sobrevivência. Os que são salvos, têm pouco tempo de vida por causa da prisão, da alimentação errada e dos maus tratos. Com freqüência são encontradas milhares de toras de madeiras sendo contrabandeadas por caminhões, escondidas no meio das florestas ou flutuando nos rios para serem exportadas ilegalmente e em depósitos clandestinos. É uma covardia, desumanidade e um crime!
Um deputado federal estava dando entrevista na Alemanha, uma menina de onze anos perguntou-lhe: “Por que o brasileiro não respeita a natureza?”
Já comprometemos mais de 15% da Terra, o estoque mundial de peixes diminuiu violentamente nos últimos anos e bilhões de pessoas sobrevivem dos produtos dos mares, rios e lagos.
Amanhã será tarde demais! Já passou da hora de nos CONSCIENTIZARMOS de três coisas:
1.ª Os recursos naturais do nosso Planeta são finitos. Se não os protegermos, um dia acabarão.
2.ª As gerações futuras nos chamarão de idiotas, imbecis, irresponsáveis, inconseqüentes e inescrupulosos, e o seu julgamento será por demais rigoroso por causa da triste herança que lhes estamos deixando de uma Mãe Terra sem os recursos indispensáveis para uma vida digna e sadia.
3.ª Tudo na natureza tem a sua ordem natural e as suas leis naturais. Ela nunca, jamais perdoa a desobediência a essa ordem natural e a essas leis naturais, e sempre cobra caro! Já estamos pagando pela nossa rebeldia. Cito alguns exemplos: o famoso efeito “estufa”, os buracos na camada de ozônio devido às emissões de gases por veículos, indústrias e navios, o aumento da temperatura na Terra e o lixo.
O nosso amado País é o mais lindo e rico do mundo! Ele nos fascina, e aos estrangeiros, e nos causa justo orgulho com as suas praias, matas, paisagens, cachoeiras, grutas e pedras preciosas, os seus rios, lagos e vales. Com o seu ouro, outros metais preciosos, minérios, a sua agropecuária e fauna. Mas, será que no futuro os filhos dos nossos filhos encontrarão um Brasil igual ao que cantamos nesses versos do nosso Hino Nacional? “Do que a terra mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida no teu seio mais amores.”
De joelho lhe peço: “PERDÃO MÃE TERRA!”