O Centro da capital já começa a ficar movimentado pelos ônibus do transporte coletivo da grande Curitiba, no fim da tarde desta quarta-feira (15). A reportagem da Tribuna do Paraná verificou o início desta movimentação por volta das 16h15, principalmente de ligeirinhos e expressos na Rua Lourenço Pinto e Avenida Sete de Setembro. Alguns ainda estavam vazios, outros transportando funcionários aos postos de trabalho.
Às 16h45, a linha Fazenda Rio Grande (ligeirinho) já estava parada no tubo da Rua Lourenço Pinto, transportando três passageiros. Já na Rua André de Barros, por onde circulam várias linhas paradoras (amarelas), e nas praças Rui Barbosa e Carlos Gomes, nenhum ônibus circulava às 16h45. Apenas lotações estavam parados em frente aos pontos e tubos.
Pelos próximos dias, a greve do transporte coletivo deve continuar, porém circulando com 50% da frota nos horários de pico (das 5h às 9h e das 17h às 20h) e 40% nos demais horários. Apesar do dia ter começado sem nenhum ônibus na rua, a obrigatoriedade de frota mínima veio de uma decisão judicial, no início da tarde.
A decisão é da desembargadora Marlene Fuverki Suguimatsu, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná da 9ª Região (TRT9). A partir do momento em que o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) foi notificado da decisão – o que ocorreu às 14h30 – a magistrada estabeleceu multa de R$ 100 mil por hora, caso a frota mínima de ônibus não fosse respeitada.
Às 16h50, na Praça Carlos Gomes, fiscais da Urbs já se movimentavam para garantir a circulação dos ônibus. Assim que o primeiro ligeirão parasse na estação-tubo da praça, os carros de lotação que estavam enfileirados no local teriam que sair.
Difícil ir trabalhar, mais fácil voltar pra casa
Os trabalhadores que vieram ao Centro de Curitiba de manhã tiveram que desembolsar quantias salgadas para chegar ao trabalho. A vendedora Márcia Rosana Machado, 45 anos, mora em São José dos Pinhais e teve que dividir um táxi com um amigo. Ele ficou perto do Parque Barigui e Márcia no Centro. O total da corrida foi de pouco mais de R$ 80,00. E ela demorou mais tempo do que se viesse ônibus. Em geral, ela sai do terminal Afonso Pena perto das 7h30 e chega bem antes das 9h no Centro. Hoje, saiu às 9h20 do terminal Afonso Pena de táxi e chegou no Centro às 9h20.
Algumas pessoas pegaram táxi, mas tiveram a sorte de ter a ajuda de custo dos patrões. É o caso do fiscal de loja Ruan Machado, 24 anos. Ele dividiu o táxi com sua mãe e a corrida, do Sítio Cercado ao Centro de Curitiba, custou R$ 50.
Tanto para Márcia, quanto para Ruan, a volta pra casa será de ônibus.
Negociação salarial
Motoristas e cobradores aderiram à paralisação nacional nesta quarta-feira (15), mas continuam em greve nos próximos dias porque estão em negociação salarial e os patrões não aceitaram a proposta da categoria, de aumento salarial de 15% e aumento do vale refeição.
Segundo o Sindimoc, o sindicato patronal (Setransp) não procurou os trabalhadores hoje para apresentar nova proposta. A última, recusada por motoristas e cobradores, foi apenas reposição do INPC nos salários e benefícios, com zero por cento de aumento real (acima da inflação).
Vídeo
O repórter Lucas Sarzi foi até o Terminal do Cabral e mostra a situação do local, veja: