Em função da falta de chuva, que desde fevereiro castiga o Rio Marumbizinho, manancial responsável pelo abastecimento de Jandaia do Sul, Norte do Estado, a Sanepar foi obrigada a implantar um sistema de racionamento de água no município.

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Desde o início do mês de agosto, as partes alta e baixa da cidade recebem água em horários alternados. Hospitais, creches, albergue, escolas já estavam sendo atendidos com o auxílio de caminhões-pipa, que agora também atendem à população.

O presidente da Sanepar, Stênio Jacob, levou ao prefeito de Jandaia do Sul, Moacir Bruzon, os detalhes do plano emergencial instalado durante a crise. Uma carreta da Defesa Civil, com capacidade de armazenagem de 30 mil litros de água, foi cedida ao município. Somando aos caminhões que já estavam na cidade, a oferta de água ultrapassa 105 mil litros.

Segundo o tenente-coronel da Defesa Civil Jurandi André, a pedido do Governador e da diretoria da Sanepar, o órgão está se integrando ao plano de crise para buscar a estabilidade no fornecimento de água. ?Estamos com um déficit muito próximo de se equilibrar. Mas é preciso que a população faça economia total e que use a água com bom senso?, afirmou.

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Segundo o diretor de Operações da Sanepar, Wilson Barion, a população tem colaborado ao não lavar calçadas ou carros e não irrigar jardins. ?Paralelamente, iniciamos a perfuração de um poço próximo à mina do Vinhole, que deve garantir um reforço de mais 300 metros cúbicos por dia para abastecer Jandaia?, afirmou Barion. Ele garante que o poço está sendo montado em caráter emergencial e, em 15 dias, já deve estar em operação.

?Isto nos dará condição de manter o abastecimento com o menor desconforto possível para população enquanto não se restabelece a normalidade das chuvas na região?.

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O prefeito Bruzon se mostrou bastante satisfeito com a segunda visita da diretoria da Sanepar feita em menos de 15 dias. ?Estão aqui para ajudar a população de Jandaia. O socorro está além do que tínhamos solicitado?, garantiu. Ele acredita que, com todas as medidas que estão sendo tomadas, a população terá melhor condição de conviver com a estiagem.

Stênio afirmou que todas as medidas paliativas foram tomadas, mas que a empresa busca soluções definitivas para o abastecimento da cidade. Segundo ele, a dificuldade do momento poderá se repetir com uma nova estiagem. Ele destacou que a Sanepar está acelerando estudos para uma ação ambiental forte no município em parceria com a prefeitura na tentativa de recuperar estes mananciais de abastecimento.

De acordo como presidente, a empresa deve viabilizar a perfuração de um poço no Aqüífero Guarani. ?Viabilizaremos este poço, que deve ter perto de mil metros de profundidade, para termos um mínimo de segurança com relação ao abastecimento futuro da cidade?.

Stênio lembrou que a região tem dificuldades de obtenção de água subterrânea, mas que esta seria a melhor saída para a crise. Ele ressaltou que não se pode abandonar os mananciais de superfície e as minas, que devem sofrer ação de preservação ambiental.

Estiagem

O Marumbizinho, rio responsável pelo abastecimento de Jandaia do Sul, está com sua vazão em 80 mil litros por hora, quando o normal no período seria 700 mil. A unidade de captação de água da Sanepar, cuja produção costuma ser 280 mil litros por hora, caiu em 60% e pode cair ainda mais.

A chuva da semana passada alcançou uma marca próxima de 16 milímetros e não alterou a situação de crise instalada. A orientação da Sanepar aos usuários é de que seja feito o uso racional da água para que se mantenha uma boa condição de saúde pública.

Jandaia do Sul tem a situação mais grave da região do Vale do Ivaí, que tem, pelo menos, outras quatro cidades sofrendo com a estiagem. Apucarana, Cambira, Califórnia e São João do Ivaí também estão esperando a volta das chuvas.