O ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), onde chefiou pelo menos em tese os advogados mais destacados do País na delicada missão de dirimir as querelas mais profundas do ponto de vista jurídico e constitucional, não se sentiu inferiorizado – ao que parece – ao questionar as empresas aéreas pelo reduzido espaço existente entre as poltronas dos aviões comerciais que cruzam o País.
Aliás, usou o exemplo pessoal para reclamar do desconforto dos passageiros de estatura elevada ou portadores de obesidade, sempre que precisam usar esse tipo de serviço. Descartando o fato de que muitos sequer imaginavam que o espaço entre as poltronas dos aviões guardam relação com interesses programáticos da Defesa, outros tantos se questionam sobre o tempo que as autoridades gastaram para ?descobrir? o abuso praticado – há tantos anos -, contra os consumidores.
Enterneceu também milhões de brasileiros crédulos a exposição midiática do ministro ao vistoriar saguões de aeroportos, com um ar de irretorquível sapiência, exigindo a colocação de maior número de balcões de atendimento, acomodações confortáveis, banheiros e demais apetrechos da modernidade.
Jobim quer também acabar com a praga da impontualidade entre as empresas de aviação, outrora um sério compromisso contraído com os passageiros. Todavia, a meta mais relevante do ministro é a segurança. É o que todos esperam.