O desabamento de uma ponte no momento da passagem de um caminhão superlotado provocou a morte de pelo menos 70 pessoas, informaram hoje testemunhas e a rádio estatal de Guiné. A tragédia aconteceu no domingo, mas a informação só veio à tona nesta quarta-feira (21).
Dezenas de pessoas estavam a bordo do caminhão, que também transportava mercadorias compradas num mercado perto de Gueckedou, no sudeste do país, informou a estatal RTG. A ponte tinha cerca de 50 anos e desabou no momento da passagem do caminhão. Dezenas de pessoas caíram num rio abaixo da estrutura de pedra e cimento. Ainda há pessoas desaparecidas e as operações de busca prosseguem.
Além das 70 pessoas mortas, 20 ficaram feridas e estão hospitalizadas. Grande parte das vítimas morreu afogada. Algumas pessoas ficaram retidas embaixo d’água por pesados sacos de cimento e de arroz. Ibrahima Balde, um motorista de taxi que testemunhou a tragédia, contou que a ponte normalmente era utilizada por pedestres ou por veículos de pequeno porte, nunca por caminhões pesados.
A Guiné é um país de dez milhões de habitantes na costa oeste da África. A maior parte de seus habitantes vive na pobreza, apesar de o país ser o maior exportador mundial de bauxita (matéria-prima do alumínio) e de também ser muito rico em ouro e diamantes. O presidente Lansana Conte é acusado de usar as riquezas de Guiné para levar uma vida de rei, ao mesmo tempo em que pouco faz para melhorar a vida da população comum. Nas áreas rurais do país, onde ônibus são raros, o transporte da população e das mercadorias costuma ser feito por caminhões de carroceria aberta e viajam lotados.
