Com a finalidade de orientar sobre políticas públicas de prevenção ao uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas, especialmente o consumo do álcool, a Coordenadoria Estadual Antidrogas (Cead), da Secretaria da Justiça e da Cidadania, reuniu cerca de 100 agentes municipais de todo o Estado nesta quinta-feira.
O secretário Aldo Parzianello destacou a importância da conscientização dos servidores públicos em procurar informações a respeito do assunto. ?O uso precoce e indiscriminado de bebidas alcóolicas entre crianças e adolescentes é de responsabilidade de toda a sociedade?, alertou Parzianello. ?A capacitação para que os municípios se unam em torno de prevenir o uso de drogas e salvar os jovens é um exercício de cidadania e compromisso social?, completou.
A coordenadora da Cead, Cleuza Canan, explicou que todos os segmentos sociais devem se organizar para prevenir a dependência química.
?Nesses encontros de capacitação, abastecemos os participantes com dados de pesquisas científicas sobre o tema, formas de prevenção, papel da família na orientação aos seus filhos, formas de tratamento a dependentes e, principalmente, da responsabilidade de se tornar multiplicador dessas informações para outros grupos e formar uma verdadeira rede de proteção aos jovens?, explicou Cleuza.
Ela ressaltou que, dentro das políticas públicas antidrogas do Estado, os decretos governamentais têm contribuído para uma nova mentalidade sobre o álcool, como a proibição de propaganda do produto em locais públicos do Poder Executivo Estadual. Cleuza também detalhou a respeito sobre a mudança de comportamento do uso de bebidas alcoólicas, em relação há 10 anos.
?Antes, os pais educavam seus filhos sobre o consumo, não estimulando o uso. Entretanto, hoje a publicidade atribui esse consumo a uma série de valores e status, influenciando o adolescente e a criança a adotar um modelo, sem mostrar as conseqüências do uso inadequado da bebida alcoólica?, analisou a coordenadora.
Motivos
A psicóloga Sônia Alice Maia esclareceu os motivos que levam as pessoas ao consumo excessivo de drogas, principalmente o álcool. ?São fatores desde a busca do prazer até uma aceitação de se fazer parte de um grupo?, detectou. ?Esse beber socialmente aceito também simula situações em que a pessoa precisa de alívio temporário, esquecer problemas e em alguns casos, justificar uma vivência extrasensorial?, completou Sonia.
Vice-presidente de uma associação de moradores do Boqueirão, a professora Vera Lúcia de Oliveira participou do curso de capacitação da Cead para melhorar as ações da entidade em que atua e no trabalho com seus alunos do ensino fundamental.
?É uma maneira de aprimorar as informações sobre drogas e orientar melhor as famílias carentes que atendo?, disse. ?Infelizmente é comum ver crianças fazendo uso de álcool, por serem vítimas de violência doméstica, geralmente cometida por pais dependentes?, comentou a professora.
Integrantes da Guarda Municipal de Curitiba, o supervisor Paulo Fonseca e o agente Cláudio Gonçalves declararam que precisam estar renovando informações a respeito de drogas, por trabalharem diretamente com crianças, jovens e adolescentes. ?Para orientar é preciso conhecer e, hoje, a comunidade se aproxima do policial como membro de sua comunidade, disposto a ajudar sua família?, explicou Cláudio. Para o supervisor Paulo, a participação da sociedade no combate às drogas faz o diferencial no Paraná.
?Ao contrário dos grandes centros, em Curitiba, a ?lei do silêncio? não teve espaço, porque as pessoas têm credibilidade no trabalho das polícias, pois nosso inimigo não é o usuário e sim, o traficante?, definiu.
