Cotado para ser candidato a vice-governador se o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), concorrer ao governo do Estado nas eleições do próximo ano, o presidente estadual em exercício do PDT, Augustinho Zucchi, apela para que tirem o nome dele da lista.
“O PDT indicar o candidato a vice-governador é uma hipótese que não existe no nosso partido”, afirmou Zucchi. O pedetista se declarou surpreendido ao figurar junto com a deputada estadual Cida Borghetti (PP) e o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB) em uma relação de possíveis candidatos a vice do prefeito tucano de Curitiba.
Os tucanos montaram vários cenários para a candidatura de Beto e Zucchi seria o nome para compor a chapa do PSDB se houvesse o sonhado entendimento com o PDT do senador Osmar Dias.
A simples menção dessa possibilidade foi vista por Zucchi como uma estratégia de quem pretende desestabilizar as relações entre Beto e Osmar, o PSDB e o PDT.
“Quem pensou nisso não estava bem intencionado”, reagiu o pedetista, assegurando que, no PDT, não há alternativa que não seja a candidatura de Osmar ao governo. “Fora disso, é puro devaneio”, comentou.
Zucchi disse que sua lealdade a Osmar não permite que sequer se considere, ainda que remotamente, a hipótese de compor uma chapa que tenha outro candidato ao governo que não o senador pedetista.
“Sou leal. Sou ético. Sou presidente do PDT por uma deferência do Osmar”, destacou Zucchi, que assumiu o comando do partido quando Osmar decidiu se dedicar à formulação do seu plano de governo que, este ano, consistiu em reuniões quase semanais por várias cidades do Estado.
Ontem, Osmar e Zucchi passaram a manhã analisando o resultado de uma pesquisa qualitativa sobre a sucessão estadual do próximo ano. O senador, que na eleição de 2006, demorou para definir sua candidatura, agora, está adiantado nos preparativos da proposta de governo. Porém, ainda não escolheu quem serão seus aliados na disputa. Se o PT ou o PSDB.
As conversas iam bem com o PSDB até a eleição do ano passado, quando logo após ser reeleito, o prefeito de Curitiba decidiu que poderia ser candidato ao governo. Segundo os pedetistas, Beto rompeu um acordo de apoio a Osmar que havia sido feito em 2008.
O PT, através, inclusive, do presidente Lula, entrou na conversa no início deste ano, oferecendo o apoio do partido à candidatura do senador, com a perspectiva de que ele viesse a ajudar no Paraná a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a pré-candidata à sucessão do presidente Lula.
O desfecho de todas estas conversas, assim como das demais negociações partidárias com vistas ao processo eleitoral não deve se dar antes de março do próximo ano. Pelo menos, oficialmente.
