O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada disse nesta quinta-feira acreditar no critério da “meritocracia” para assumir seu posto na estatal. Zelada ocupou de 2008 a 2012 a cadeira na diretoria por indicação da cúpula do PMDB, em substituição a Nestor Cerveró.
Questionado pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC) na CPI da Petrobras do Senado se a estatal permite a ascensão funcional por coloração partidária, ele respondeu que sua própria trajetória na empresa demonstra que os funcionários de carreira têm condições de assumir o posto. “Eu acredito, sim, na meritocracia para exercer este cargo”, afirmou, ao dizer que não é filiado a nenhum partido político.
Ele também afirmou que o comitê de proprietários da refinaria de Pasadena não chegou a funcionar efetivamente. Ele disse que se chegou a ter uma reunião convocada, em junho de 2006, na época do processo de arbitragem. O representante da Petrobras nesse conselho era Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que chegou a ser preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele disse que o comitê era necessário para se ter outra instância de conversa entre a estatal a sócia belga Astra Oil. Contudo, segundo ele, na única reunião prevista do comitê, um representante da sócia não participou.
O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras disse também sobre o tema que a estatal começou um processo de arbitragem sobre Pasadena após o Conselho de Administração da empresa ter se recusado a aprovar a compra dos 50% remanescentes da refinaria. Isso ocorreu em maio de 2008.
Em depoimento à CPI da Petrobras do Senado, Zelada disse que a decisão da Justiça validou o laudo da arbitragem favorável à compra a segunda metade de Pasadena. Ele disse que a decisão da arbitragem foi de fazer a compra com o valor abaixo do que tinha sido negociado inicialmente. “O acordo final, depois que saíram todas as decisões judiciais, foi conduzido pela área Corporativa da Petrobras”, afirmou.
Zelada revelou que assinou um resumo executivo sobre a compra dos 50% remanescentes da refinaria de Pasadena em 2008 que tinha sido elaborado pelo seu antecessor no cargo, Nestor Cerveró. O ex-diretor confirmou que assinou o resumo poucos meses após assumir o cargo. Ele assumiu em março de 2008 e assinou o documento dois meses depois.