O processo de formação do novo partido para abrigar a dissidência do PSL deverá ocorrer no dia 21, em Brasília. Na reunião realizada nesta terça-feira, 12, quando foi batido o martelo de que o presidente Jair Bolsonaro deixaria o partido pelo qual ele se elegeu, não foi definido se ele assumirá a liderança da nova sigla, batizada de Aliança pelo Brasil. Presente ao encontro, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), afirmou que, embora não tenha sido acertado, o natural é que Bolsonaro assuma também a presidência da nova sigla. “Acho o mais óbvio que ele assuma. Todas as pessoas ficariam mais tranquilas.”
Assim como na eleição de Bolsonaro, a ideia é se valer do apoio da tecnologia para colher assinaturas necessárias para a criação da nova sigla, em vários Estados do País. “A gente vai se dividir, muita gente se voluntariou”, afirmou a deputada. Na reunião, ficou decidido que os voluntários serão chamados de “aliados”. Eles terão a missão de coletar as assinaturas e, simultaneamente, validá-las. As coletas começam agora e devem ser concluídas até janeiro do próximo ano. Zambelli, que enfrenta um processo de expulsão do PSL, diz que ela própria vai para redes sociais pedir para que pessoas se voluntariem.
Também ficou definido que o presidente Bolsonaro vai usar redes sociais, dele e de aliados, para chamar pessoas dispostas a atuar na coleta de assinatura para a criação do partido. A meta do grupo reunido hoje no Palácio do Planalto é de que o novo partido já esteja apto para lançar candidatos nas eleições municipais.
Por enquanto, a ideia é de que a executiva do partido tenha 15 integrantes. Zambelli afirmou que, neste momento, cerca de 25 parlamentares do PSL estariam dispostos a ir para o novo partido. “O partido é do presidente Bolsonaro e das pessoas que são fiéis ao que ele sempre defendeu.” Haveria ainda outros 10 parlamentares de outros partidos também interessados em ir para o Aliança pelo Brasil.
Políticos que deixarem o PSL, afirmou a deputada, estão conscientes de que perderão tempo na TV, fundo partidário. Mas, para a deputada, esse é um fato menor. Ela argumenta que muitos dos políticos do PSL se elegeram sem essas condições e com financiamentos de campanha por meio de “vaquinhas”. Algo que, de acordo com ela, poderá ser resgatado.
Zambelli disse estar confiante de que o partido poderá ser formado rapidamente. De acordo com ela, Admar Gonzaga Neto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e advogado do grupo, tem avaliação semelhante. Enquanto o novo partido não for formado, afirmou Zambelli, a recomendação dada por Bolsonaro é de que parlamentares do PSL continuem atuando normalmente, participando de comissões.