O doleiro Alberto Youssef informou à Justiça Federal do Paraná que pretende prestar novo depoimento ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, em uma das 11 ações penais em que ele é réu. Segundo a defesa do doleiro, que firmou acordo de delação premiada e tem obrigação de colaborar com as investigações, o objetivo do novo depoimento é “para que esse órgão julgador possa sentenciar os eventos (supostamente) delitivos constantes na iniciativa da maneira mais justa e correta”, assinala a petição encaminhada à Justiça Federal.

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Nesta ação penal, na qual Youssef é acusado de liderar uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013, o doleiro ficou em silêncio em sua audiência perante o juiz realizada no ano passado, pois sua delação ainda não havia sido homologada. Ainda assim, o Ministério Público Federal entendeu que Youssef faz jus à diminuição da pena neste processo “em virtude de sua colaboração para o esclarecimento de diversos outros fatos, cujas declarações foram prestadas perante à Polícia Federal”, afirmaram os procuradores da força-tarefa.

Na ação todas as testemunhas já foram ouvidas e as defesas já apresentaram suas alegações finais (últimos argumentos antes da decisão do juiz), mas como Youssef é um colaborador, o juiz Sérgio Moro ainda pode decidir se aceita o pedido e realiza nova audiência com o doleiro.

Atualmente, Youssef está preso em caráter preventivo e poderá ficar no máximo cinco anos presos como parte das 23 cláusulas de seu acordo firmado com o Ministério Público Federal, que prevê ainda que ele devolva suas propriedades e participações que possui em empresas. Além disso, caso sua condenação nas ações penais nas quais já é réu ou nas que ainda possam surgir contra ele somem 30 anos de prisão, todos os processos e inquéritos policiais que ainda tramitarem contra ele serão suspensos por um período de dez anos.

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Evasão

A petição foi encaminhada na ação penal em que Youssef é acusado de liderar uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013 por meio de importações fictícias com base em contratos de câmbio firmado por empresas de fachada. Dentre as empresas utilizadas para evadir o dinheiro estão a Labogen e a Piroquímica, do também réu da Lava Jato Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro do doleiro.

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De acordo com a denúncia, a quantia foi enviada para offshores no exterior controladas pelos réus e as transações envolveram empresas e/ou bancos na China, Coreia, Canadá, Formosa/Taiwan, Taiwan, Índia, Uruguai, Estados Unidos, Itália, Hong Kong, Ucrânia, Bélgica, Liechtenstein e Costa Rica. Além disso, a denúncia acusa o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como laranja do Youssef, e o doleiro pela lavagem de dinheiro com a compra de um imóvel avaliado em R$ 3,7 milhões.