A governadora do Rio Grande do Sul e candidata à reeleição, Yeda Crusius (PSDB), pediu à Justiça Eleitoral que determine a retirada de cartazes apócrifos com mensagens contra ela e seus aliados políticos e apresentou notícia-crime à Polícia Civil e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para que investiguem a autoria do ataque, que a campanha qualificou de “violento e traiçoeiro”. Até o final da tarde de hoje, a Justiça ainda não havia se manifestado.
O material apareceu colado em muros de diversas cidades do Estado na manhã de ontem. Um dos cartazes tem a frase “Você sabe onde Yeda e seus cúmplices deveriam estar?” aplicada sobre uma foto de Yeda atrás das grades do portão da sua casa, tirada durante uma manifestação de sindicalistas em julho de 2009.
Outro diz “Estes são os cúmplices de Yeda. Não vote neles” e contém, além da foto da governadora, imagens de 30 aliados dela, a maioria deputados que rechaçaram a abertura de um processo de impeachment e boicotaram as investigações que a oposição tentava fazer durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, no ano passado.
Em nota distribuída à imprensa, a coligação “Confirma Rio Grande”, formada por PSDB, PP, PPS, PRB, PSL, PSC, PHS e PTdoB, afirmou que “a forma de agressão é a mesma empregada nos últimos três anos e meio, caracterizando a velha forma de fazer política da qual se beneficiam a oposição e candidaturas oportunistas que não tendo nada a mostrar e a dizer, apelam para a covardia e, lamentavelmente, baixam o nível de uma disputa que deveria ser propositiva em favor dos gaúchos”.
Além disso, relata que “a grande ação de colagem e panfletagem foi perpetrada em todo o Estado” e destaca que, “para isso, teve de ser feito um investimento financeiro milionário”. A coligação, então, questiona: “Quem possui tantos recursos para aplicar dessa forma apócrifa e criminosa numa campanha eleitoral?”
Os partidos concorrentes não comentaram o caso. O PSOL e o Sindicato dos Professores, que promoveram manifestações e campanhas contra Yeda no ano passado, negaram qualquer vínculo com os cartazes sob o argumento de que as acusações que fazem contra a governadora são públicas e assumidas.