Depois de ver seu nome excluído da ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal contra supostos envolvidos na fraude do Detran, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi recebida em clima de festa pelos cerca de 600 participantes da convenção estadual que aclamou o deputado federal Claudio Diaz como novo presidente do PSDB no Rio Grande do Sul, no lugar da deputada estadual Zilá Breitenbach, neste domingo, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
A tucana recebeu flores, teve seu nome cantado diversas vezes e foi saudada por todos os oradores como a administradora que zerou o déficit orçamentário do Estado e foi injustiçada por ataques da oposição, que há dois anos lança suspeitas de corrupção sobre seu governo. Embora a campanha de 2010 não tenha sido objeto dos discursos, o clima indicava que Yeda vai disputar a reeleição. “Esse é um caminho natural”, afirmou Diaz.
Entre os demais partidos, o PMDB, que é da base aliada da governadora, e o PSB, que é de oposição, enviaram um representante cada à convenção tucana. As maiores delegações foram do PP e do PPS, prováveis integrantes da chapa de Yeda em 2010.
Ao falar, já no início da noite, Yeda deu a entender que venceu uma guerra e aproveitou para criticar os procuradores que moveram a ação contra ela, qualificando seus atos de “deploráveis e midiáticos”. Representando a executiva nacional do PSDB, o deputado federal paulista Carlos Sampaio disse que, como promotor de Justiça, que é há 22 anos, se sentiu envergonhado pela ação que os seis procuradores da República moveram contra Yeda com anúncio em entrevista coletiva no início de agosto. “O que fizeram não foi Justiça, foi política”, afirmou.
Diaz também abordou a crise política que manteve o governo Yeda acossado por quase dois anos. “Não vamos dar trégua ao discurso irresponsável que acusa sem prova e tenta, de todas as formas, desqualificar governos e pessoas de bem, pelo simples fato de não pertencerem a suas fileiras; não aceitaremos os discursos desses falsos arautos da moralidade pública que costuma jogar a sujeira dos seus atos para baixo do tapete e tratam adversários políticos com a lógica de que ‘se não tem rabo a gente bota'”, reiterou.
Além de comandar o governo do Rio Grande do Sul, o PSDB tem dois deputados federais, oito estaduais e 20 dos 496 prefeitos do Rio Grande do Sul.