O procurador da República Alexandre Schneider enviou à Procuradoria-Geral (PGR), em Brasília, em 16 de abril, ofício em que o empresário Lair Ferst descreve 20 supostas denúncias de irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e no início de seu mandato, de acordo com documento reproduzido hoje em reportagem do jornal “Zero Hora”. Ferst se identifica no relato como um dos coordenadores de campanha de Yeda, informação negada pelo PSDB.
Entre as denúncias formuladas pelo empresário estão a de uso de caixa dois durante a campanha, a compra de uma casa por Yeda por valor superior ao declarado – adquirida no dia 6 de dezembro de 2006, pouco antes de assumir o cargo – e o suposto pagamento de propina a integrantes do governo ligados ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Procurada, a PGR ainda não se manifestou sobre o caso. Na semana passada, a assessoria do então procurador-geral Antônio Fernando de Souza informou que ele analisava documentos sigilosos sobre a governadora, mas ainda não existia um inquérito formal. Souza deixou o posto no fim de junho.
Segundo o relato de Ferst, a casa de Yeda foi comprada por R$ 1 milhão, em vez dos R$ 750 mil previstos em contrato, e a diferença foi paga com caixa dois. Não foram apresentadas provas das denúncias. O Ministério Público Estadual (MPE) recebeu representação sobre a compra do imóvel, formulada pela oposição, e em dezembro decidiu arquivá-la por concluir que não houve prática de crime ou improbidade administrativa. O governo não comentou o caso.