O governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu nesta quarta-feira, 14, uma reforma ampla da Previdência por meio de um novo projeto de alteração constitucional que deverá ser trabalhado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, no entanto, é preciso haver diálogo para aprovação da proposta que não pode sobrecarregar as pessoas mais pobres.
“Não podemos colocar a conta da Previdência nas costas dos mais pobres. A reforma não foi aprovada até agora porque o governo Temer não conseguiu dialogar com o Congresso. Defendemos uma regra de equilíbrio atuarial, com um teto geral para o benefício e, a partir daí, uma previdência complementar. Também deve haver uma fonte de receitas para a transição para o novo modelo”, disse o governador antes de seguir para o almoço no Fórum de Governadores, do qual também participa o presidente eleito Jair Bolsonaro e sua equipe.
Dias minimizou a ausência de representantes da região Nordeste no evento. Apenas ele e o vice-governador reeleito da Bahia, João Leão, vieram a Brasília. Segundo ele, isso ocorreu porque diversos governadores já tinham agendas no exterior ou reuniões de transição nesta quarta-feira. “A eleição já terminou. Todo o Nordeste tem a posição de participar e trabalhar com o presidente Bolsonaro. Agora vamos trabalhar pelo Brasil”, acrescentou.
Dias adiantou que os Estados da região irão pedir créditos adicionais ao governo para o financiamento agrícola, especialmente dos pequenos produtores. O governador também defendeu a ampliação de crédito para investimentos e para tocar obras em andamento.
Apesar de o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, ter dito esta semana que o governo não tem recursos para ampliar os repasses do Fundo de Exportação (FEX), Dias reafirmou que os Estados irão insistir na compensação pela Lei Kandir. “Os Estados confiaram na lei para abrir mão do ICMS. Agora é preciso haver a compensação”, completou.
O governador do Piauí se mostrou preocupado com a intenção de Bolsonaro e seu assessor econômico Paulo Guedes em promover um amplo programa de privatizações das estatais. Para Dias, essas empresas são um instrumento de desenvolvimento regional do qual o País e sobretudo o Nordeste não podem abrir mão. Ele citou especificamente a Chesf e o Banco do Nordeste que têm forte atuação na região.
Ele ainda disse que irá pedir a manutenção dos médicos cubanos nas cidades do Nordeste que ainda não tenham contratado médicos brasileiros para assumir os serviços. “O Nordeste seria prejudicado com a saída agora desses médicos.”