O senador baiano Walter Pinheiro, que deixou o PT em março, após 33 anos de filiação à legenda, decidiu votar contra o afastamento de Dilma Rousseff. No esboço do discurso que fará nesta quarta-feira, 11, para justificar a sua posição, obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Pinheiro pregará a antecipação das eleições presidenciais para outubro próximo a fim de dar à população o direito de garantir uma “solução definitiva” para as crises política e econômica por que passa o País.

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O ex-petista é favorável à aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que antecipe o pleito para a escolha do presidente. Para Pinheiro, é preciso “retirar os dois” a fim de que um novo governante seja escolhido pelo voto juntamente com as eleições municipais.

“Não podemos ser os responsáveis pela retirada de um presidente, mesmo que paire acusações de acometimento de crimes, antes do julgamento final. Assim como também não é nosso desejo colocar numa Presidência, como no passado distante, via um colégio eleitoral, um presidente que também foi parte de toda a condução do atual governo”, criticará o senador, em sua declaração de voto.

Em resposta às críticas de que antecipar eleições seria um “golpe”, Pinheiro rebate a alegação e diz que “duro golpe” é retirar do povo o poder de escolher, soberanamente, os novos governantes. Ele avalia que o mesmo Congresso que não quer votar a PEC que prevê a antecipação das eleições presidenciais é o que rapidamente aprovou uma emenda constitucional que abriu uma janela para parlamentares trocarem de partido sem serem punidos por infidelidade partidária.

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Para o senador, a instauração do processo de impeachment vai premiar um ou outro, sendo que ambos são responsáveis pela atual situação.

O ex-petista deverá anunciar seu voto no início da noite desta quarta-feira. Ele é o sexagésimo segundo da lista de até o momento 68 senadores inscritos para se pronunciar. Logo após as manifestações, o Senado votará em plenário sobre o afastamento de Dilma por até 180 dias, período em que Temer assumirá o governo e a petista será julgada pela Casa.

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No dia 29 de março, o senador deixou o PT e apontou o governo Dilma como o “maior culpado” por sua decisão. Ele disse, na ocasião, que a gestão da petista havia se distanciado das propostas da legenda e tampouco cumpriu o programa de governo proposto pelo partido.