Um dia antes do início do julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o Placar do Estado registrou 49 votos a favor e 18 contrários ao impedimento da petista. Restam 14 senadores que não querem declarar o voto. Na quarta-feira, 24, seis senadores declaram votos favoráveis ao afastamento de Dilma.
Na última votação, na sessão que tornou Dilma ré, 59 senadores votaram a favor do impeachment. Nos cálculos da base do presidente em exercício Michel Temer, eles deveriam alcançar 62 votos a favor do afastamento definitivo da petista. Entre os votos em que a base mirava estavam os dos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Elmano Férrer (PTB-PI), que se posicionaram contra o impeachment, além do voto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que faz suspense sobre se votará ou não. Seu voto é simbólico para colegas do PMDB, que querem tornar público o apoio do presidente do Senado a Temer, um desafeto.
Elmano e Otto não revelam publicamente seus votos, mas dizem a interlocutores que vão permanecer com Dilma. Ambos votaram contra o impeachment nas duas votações anteriores. Elmano diz não acreditar em crime de responsabilidade.
Já Otto, que teve a oportunidade de discursar em evento de Temer no Palácio do Planalto, afirmou não ter compromisso com o presidente em exercício. Ele é aliado do governador da Bahia, Rui Costa (PT).
Maranhão
Os três senadores que compõem a bancada do Maranhão não revelam o voto e foram assediados nesta semana. Enquanto Dilma investiu na reorganização de alianças locais do PT para agradar aos senadores nestas eleições, Temer chamou a bancada para apoiar um projeto de interesse dos parlamentares, a criação de uma zona de exportação em São Luís.
Dos três senadores do Estado, Edison Lobão (PMDB) foi ministro de Dilma, Roberto Rocha (PSB) é aliado local do PT e João Alberto Souza (PMDB) era abertamente contra o impeachment. No entanto, o trio votou a favor do processo na sessão de pronúncia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.