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Voto pelo AI-5 e idealizador do ‘milagre econômico’ brasileiro

Considerado o responsável pelo “milagre econômico” – período entre 1968 e 1973 em que o Brasil cresceu a uma taxa anual de 11% -, o economista Antônio Delfim Netto, de 89 anos, é até hoje um nome influente na política econômica do País. Amigo e conselheiro do presidente Michel Temer, costumava também ser ouvido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente cassada Dilma Rousseff.

Professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Delfim foi ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento durante a ditadura. As equipes econômicas das quais fez parte promoveram políticas de crédito favoráveis ao agronegócio e à indústria, além da construção de obras como a Rodovia Transamazônica. O resultado foi o início da escalada do endividamento externo brasileiro, que depois atingiria níveis não vistos até então.

Delfim foi ainda um dos ministros do governo Costa e Silva que votaram a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que recrudesceu a ditadura no Brasil. Em seu voto pelo AI-5, afirmou que deveria ser concedida ao presidente “a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais, absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.

Quase 45 anos depois, em 2013, durante uma sessão da Comissão da Verdade, o economista afirmou que repetiria o voto pelo AI-5 “se as condições fossem as mesmas e o futuro não fosse opaco”. “Eu não só assinei o Ato Institucional número 5 como assinei a Constituição de 1988, (mas) nunca apoiei a repressão.”

Após a ditadura militar, Delfim ainda foi deputado federal. Em 2006, após cinco mandatos por São Paulo, ficou fora da Câmara.

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