O líder do governo na Assembléia Legislativa, Natálio Stica (PT), afirmou ontem que orientará a bancada aliada a aprovar os quatro requerimentos da oposição solicitando informações sobre o acordo assinado com a Rodovia das Cataratas, há duas semanas, que reduziu em 30% o valor da tarifa do pedágio nos trechos administrados pela empresa. Na sessão de ontem à tarde, Stica pediu para discutir os pedidos de informações, adiando a votação para hoje.

O deputado justificou que ainda não havia lido os pedidos protocolados pelo líder da oposição, Durval Amaral (PFL), na semana passada. Stica disse que precisava tomar conhecimento das perguntas feitas pela oposição e que são dirigidas ao secretário dos Transportes, Waldyr Pugliesi, antes de votar a matéria em plenário. “Nós vamos responder tudo. A Rodovia das Cataratas aceitou discutir e negociar com o governo. Tomara que outras aceitem. Agora, sabemos que o que está dando certo não é bom para a oposição”, criticou.

Stica disse ainda que Amaral e os deputados que assinaram os requerimentos devem comprovar as acusações de irregularidades no acordo. Conforme a denúncia da oposição, em troca da redução do valor atual, o acordo compensaria a Rodovia das Cataratas com um aumento de 35% em sua praça de pedágio entre Santa Terezinha de Itaipu e Medianeira.

A oposição acusou ainda o governo de ter dispensado a empresa de fazer o seguro-garantia das obras no valor de R$ 153 milhões, aceitando um valor menor. Ontem, Amaral afirmou que no acordo, o governo reduziu o valor do seguro a 5% do faturamento das praças, o que baixou o seguro para R$ 3,5 milhões. “Muitas empresas foram alijadas do processo licitatório porque não poderiam cobrir a apólice de R$ 150 milhões. Esse valor estava no edital. Como é que o governo exclui isso agora e como é que fica quem foi excluído da concorrência pelo edital?”, questionou.

Parceria

O líder do governo afirmou que discutiu com o secretário dos Transportes e o diretor geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Rogério Tizzot, a proposta de adoção de um novo sistema de cobrança de pedágio, em que haveria uma parceria entre governo e iniciativa privada. Segundo o líder do governo, neste modelo, os valores das tarifas já seriam estabelecidos na licitação com parâmetros definidos pelo DER.

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