Virgílio (esq.), com Álvaro:
“A posição do PT piorou”.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse ontem em Curitiba que o desempenho de seu partido nestas eleições o consolida como a principal opção de oposição ao PT: “Indiscutivelmente, o PT cresceu, como era de se esperar de um partido no poder, mas sua posição estratégica piorou. Ele perdeu espaço nos centros mais densos e caminha para os grotões, como é típico dos governos. Quanto ao PSDB, está fazendo praticamente o mesmo número de prefeitos da última eleição, mas com um desempenho nas 200 maiores cidades brasileiras como ainda não havia tido”.

Em sua opinião, o eleitor brasileiro está vendo na legenda social-democrata “uma oposição dura, estridente, porém ajuizada”. Virgílio veio a Curitiba cumprir agenda de campanha ao lado de Beto Richa. Ele já havia estado aqui anteriormente, no lançamento da candidatura: “Tenho um respeito enorme por seu pai, José Richa, pelo que representou para o PSDB e para o Brasil. E já no início da campanha a figura afirmativa de Beto me deixou seguro de que caminharia inevitavelmente para a vitória”.

Enfrentamento

Para Virgílio, PSDB e PT serão os dois grandes pólos em confronto a partir de 2006. Citando Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e São Paulo, disse que as urnas estão dando um basta ao PT: “No caso de Porto Alegre, estão em julgamento 16 anos de governo. Em São Paulo, a jóia da coroa, 72% do eleitorado demonstram que não estão de acordo com os métodos petistas. O PT está em crise de identidade, mas a sua derrota em centros importantes tem o papel salutar de reequilibrar o jogo do poder”.

O tucano aponta como novidade no processo eleitoral deste ano “a constatação de que o PT no poder já é um partido fora de forma, como um lutador acima do peso e sem prepara físico. Não tem mais aquela figura bonita e fascinante do militante sincero. Ela foi substituída por cabos eleitorais pagos e funcionários públicos detentores de cargos comissionados e com medo de perder a boquinha”.

Os resultados eleitorais adversos, em sua opinião, devem levar o partido do presidente a fazer “um mergulho em suas águas internas, uma autocrítica sincera”.

Apontou como diferença essencial entre o seu partido e o PT a forma de relacionamento com o poder: “Estamos nos preparando para 2006 tranqüilamente, aceitando o resultado das urnas com responsabilidade. O PSDB é um partido sadio, pronto para vencer mas que sabe aceitar o veredicto do povo se for contrário. Eles (o PT) trabalham com a lógica estalinista de repudiar a alternância. Nós aceitamos a alternância. Se perdemos, vamos nos retemperar no trabalho de fiscalização das ações de governo”.

Acusando o PT de disseminar o jogo da intolerância, Virgílio ironizou as bandeiras azuis que viu nas ruas de Curitiba: “É freudiano isso de trocar o vermelho pelas cores do PSDB. Mais uma eleição e eles adotam o tucano como símbolo, ou uma arara”. (Sandra Cantarin Pacheco)

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