Virgílio liga aliados de Sarney e Agaciel a novos atos

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), acredita que funcionários ligados ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ao ex-diretor geral da Casa Agaciel Maia sejam responsáveis pelos 468 novos atos secretos descobertos na Casa. “Isto tem o dedo do Agaciel (Maia) e dos filhotes dele. Porque depois de tantos anos no poder, isto gera filhotes e cria uma máquina espúria”, disse. Além desses, já haviam sido identificados 511 atos com nomeações de servidores e concessões de benefícios sem a publicação exibida por lei.

Os 468 novos atos foram editados entre 1998 e 1999, quando o ex-senador (já falecido) Antonio Carlos Magalhães era presidente do Senado, e foram incluídos no sistema de publicação da Casa dois dias após a conclusão de levantamento sobre os outros cerca de 500, que foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Para o tucano, inserir os novos atos secretos no sistema de publicação pode ter sido uma “estratégia diversionista” do grupo de servidores pró-Sarney para tirar o presidente do foco da crise. “Não é estranho, depois de terminado o estudo, aparecer mais atos? Acho estranho, é uma manobra diversionista, joga para cima do ACM para mostrar que não era só o Sarney.”

Agaciel Maia foi nomeado diretor-geral do Senado por Sarney na primeira das três vezes que o peemedebista presidiu a Casa. Maia ficou 14 anos no cargo até ser exonerado no início do ano, sob denúncia de que teria ocultado da Justiça uma casa avaliada em R$ 5 milhões em um bairro nobre de Brasília.

Conta

Até mesmo o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que é da base aliada, acha “estranho” a descoberta. “Os atos secretos são resultado da péssima administração do Senado. Chega ao ponto de acusar o ACM. Acusar mortos é injustiça. Acusar o ACM de atos secretos, como vamos saber? Vamos ter que jogar búzios na Bahia para descobrir”, ironizou o parlamentar.

Salgado também atribui a responsabilidade dos atos secretos ao ex-diretor Agaciel Maia, mas suspeita da participação de senadores no esquema de edição dos atos sigilosos. “O Agaciel está pagando a conta inteira. Mas quem dera tivesse uma câmera filmando todo mundo que ia falar com ele. Não é possível que ele tenha ficado 14 anos no poder e tenha sido odiado por todos (…) Mas escolher só um para pagar a conta, com isto eu não concordo”, afirmou Salgado, que faz parte da tropa de choque do senador José Sarney.

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