Virgílio e Renan voltam a discutir em plenário

Os líderes do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do PMDB, senador Renan Calheiros (RN), voltaram a discutir hoje em plenário. Virgílio cobrou que Calheiros informasse o nome de um servidor, que, segundo o senador alagoano, foi preso e continuou recebendo salário da Casa por dois anos.

O caso foi lembrado por Renan Calheiros ontem, em plenário, mas o senador não informou o nome nem o gabinete do tal servidor. “Quero saber se o senador Renan vai revelar o nome do senador que manteve um presidiário no Senado. Espero que o senador revele o nome do senador sob pena de prevaricar das suas funções”, disse Virgílio.

Cobrado hoje por Virgílio, Renan Calheiros não revelou o nome do servidor e ainda ironizou o colega. “Meu PMDB já recomendou a absolvição do senhor. O Conselho de Ética também”, disse o parlamentar alagoano, referindo-se ao arquivamento da ação movida pelo PMDB contra Arthur Virgílio no Conselho de Ética.

Virgílio respondeu a provocação de Calheiros dizendo que ele não lhe agradecia pelo arquivamento da representação, e cobrou do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), explicações sobre o servidor que foi preso e não teve o salário cortado. Sarney disse não saber do caso e foi criticado pelo tucano. “Aqui a melhor coisa é não saber de nada. Aqui é a República do eu não sei. Isso não leva o Senado a recuperação moral”, disse.

Troca de acusações

Ontem, em plenário, Virgílio acusou Renan de ter autorizado, quando presidente da Casa, o então funcionário Rui Palmeira a estudar na Austrália sem interromper o pagamento dos salários. A acusação é semelhante a feita pelo PMDB contra Virgílio no Conselho de Ética.

A representação acusava ao tucano de ter autorizado um servidor de seu gabinete, Carlos Alberto Andrade Nina Neto (já exonerado), a ficar 18 meses fazendo um curso de teatro na Espanha sem deixar de receber seus vencimentos pelo Senado.

Arthur Virgílio assumiu o erro e devolveu R$ 210 mil aos cofres da Casa. Renan Calheiros, em contrapartida, não quis falar sobre o assunto em plenário e disse apenas que não compete ao senador fiscalizar a frequência dos servidores.