O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse ontem que pertencer a um partido da base aliada não é o bastante para indicar o vice numa chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Ele se posiciona na ala petista que defende que a ministra escolha seu companheiro de chapa.
“Não basta ter partido, tem de ser convidado. Essa é uma esfera de decisão exclusiva da Dilma”, afirmou, antes da abertura oficial do Fórum Social Mundial Temático da Bahia, realizada no Teatro Castro Alves, em Salvador.
Segundo Wagner, há dois componentes para se definir um vice, seja de prefeito, governador ou presidente. “O primeiro é que tem de ser de um partido importante da base aliada, que é o caso de Michel Temer; o segundo é o convite da candidata”, defendeu, referindo-se ao deputado paulista e presidente licenciado do PMDB.
Na sucessão estadual, Wagner disse estar tranquilo com o fato de o PMDB ter saído da base do governo para lançar a pré-candidatura do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.
Com isso, a ministra Dilma pode ter de subir em dois palanques no Estado. Wagner, contudo, disse estar tranquilo. “Já disse à ministra e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Bahia está fora do rol dos estados-problema para a ministra Dilma”.
Segundo ele, se a separação dos partidos será ideal ou não, só o tempo dirá. “Eu tentei construir uma unidade do PT com o PMDB, mas é um fato consolidado que teremos duas candidaturas da base governista. Muita gente acha que um palanque é melhor, mas quem sabe dois tenham mais gosto?”, brincou.
O governador vai concorrer à reeleição e deverá ter como adversário, além do ministro Geddel Vieira Lima, o ex-governador Paulo Souto (DEM). Wagner liderava a mais recente pesquisa do Datafolha, de dezembro, com 39% das intenções de voto, seguido por Souto (24%) e Geddel (11%).
Fórum
Antes da abertura oficial do Fórum temático baiano, Wagner rebateu as críticas contra a participação do governo no evento. “O governo é uma conquista da sociedade. Não há por que ter algum tipo de preocupação de a gente ajudar o Fórum”, disse. O governo da Bahia é um dos apoiadores do evento, junto com os governos federal e municipal, a Petrobras, faculdades e universidades públicas do Estado.